A parceria
entre governo federal, Estados e municípios é
fundamental para a ampliação e a fiscalização
do Bolsa Família, principal programa de transferência
de renda do país. A avaliação é
do representante-residente do PNUD Brasil, Carlos Lopes. “O
Brasil é um país de dimensões continentais,
com mais de 5,5 mil municípios, e, portanto, seria
impossível implementar qualquer programa que de fato
vise alcançar a população pobre do país
sem o envolvimento dos gestores estaduais e locais”,
disse ele em entrevista ao Informe Bolsa Família, uma
publicação virtual do Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome.
Segundo Carlos Lopes, a atuação conjunta das
três esferas contribui para ampliar o programa porque
pode resultar em pagamento de valores adicionais: em alguns
casos, Estados e municípios complementam o benefício
pago pelo governo federal. O Bolsa Família paga R$
50 a domicílios com pessoas que vivem em situação
de pobreza extrema (renda per capita inferior a R$ 50) e um
pagamento variável (de R$ 15 a R$ 45) a família
pobres (renda per capita de até R$ 100 mensais). O
benefício federal, portanto, varia de R$ 15 a R$ 95,
mas prefeituras e Estados às vezes elevam a bolsa a
valores acima de R$ 200.
Além disso, a parceria, disse Lopes, também
contribui para fiscalizar se as pessoas que recebem o recurso
de fato cumprem os requisitos como matricular os filhos em
idade escolar e passar por atendimento periódico em
postos de saúde. “A parceria entre os entes federados
é o mecanismo que permite a correta identificação
e cadastramento de beneficiários, a manutenção
e atualização do cadastro único, e o
monitoramento do cumprimento das condicionalidades do programa”,
declarou o representante do PNUD. “É claro que
é possível aprimorar o controle e a fiscalização
dos programas na ponta, mas para tanto faz-se necessário
contar com a intensa parceria das prefeituras e da sociedade
civil”.
“Trata-se também de uma manifestação
de maturidade do sistema político brasileiro uma vez
que União, estados e municípios governados por
partidos diversos têm sido capazes de somar esforços
colocando o atendimento da população mais necessitada
acima das diferencias políticas”, elogiou.
Carlos Lopes defendeu a manutenção dos requisitos,
para evitar uma “situação de acomodação
e assistencialismo”. Ao atrelar o pagamento à
visita ao posto de saúde, por exemplo, o programa contribui
para “garantir o crescimento de uma população
mais saudável” e para reduzir o gasto público
“com doenças e enfermidades”. A obrigatoriedade
de freqüência escolar “visa garantir a crianças
e jovens brasileiros um conjunto mínimo de habilidades
e competência para o trabalho e a cidadania”.
Nesse sentido, avaliou, o Bolsa Família não
só atua “intensamente na redução
da pobreza presente”, como também “cria
os mecanismos necessários para a redução
da pobreza futura, incentivando assim um movimento contrário
à acomodação e ao assistencialismo”.
As informações são
do site PNUD Brasil.
|