A Associação
Médica Brasileira (AMB) realizou ontem, em parceria
com entidades de classe, uma manifestação para
pressionar as operadoras de planos de saúde a reajustar
o valor da consulta pago aos médicos credenciados.
Pela tabela de procedimentos médicos, atualizada pela
Fundação Instituto de Pesquisas Econômica,
o valor da consulta deveria passar de R$ 30 para R$ 42.
As entidades de classe reclamam que há mais de nove
anos as operadoras não reajustam os valores repassados
aos médicos, apesar de as mensalidades continuarem
aumentando. Segundo o presidente da AMB, Eleuses Vieira de
Paiva, os planos de saúde foram reajustados em 158%
nos últimos seis anos, mas nem 1% do valor foi repassado
para os médicos.
O resultado, segundo ele, é o sucateamento do setor.
“Os médicos estão sem condições
de atender a população e, por conta disso, estamos
pensando em um descredenciamento coletivo das operadoras que
não adotarem a nova tabela e não oferecerem
condições para o profissional trabalhar”.
As entidades estão pressionando o Governo para ajudar
na implantação da nova de preços, mas
afirmam que os pacientes não serão prejudicados
por falta de atendimento. “O movimento é de reivindicação
por melhores condições de trabalho”.
Em nota conjunta, os representantes dos órgãos
de defesa do consumidor alertam as operadoras de planos e
seguros de saúde e também os médicos
sobre a obrigação de garantir a continuidade
dos serviços contratados pelo consumidor.
Segundo Gustavo Marrone, diretor executivo da Fundação
Procon-SP, os órgãos de defesa do consumidor
estão preocupados com a possibilidade de os médicos
deixarem de atender os pacientes para pressionar as operadoras
a aceitarem a nova tabela.“Estamos nos antecipando a
qualquer manifestação e deixando claro que os
planos devem estudar alternativas para garantir o serviço”.
A Fenaseg, que reúne seguros privados, alega que está
negociando com a AMB. Já a Abramge, que congrega empresa
de medicina de grupo, não se pronunciou.
As informações são
do Diário de S.Paulo.
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