Não
haverá crescimento sustentado se não houver
inclusão social. E para atingir este objetivo, é
preciso que os benefícios gerados pela chamada economia
do conhecimento sejam acessíveis a todos os integrantes
da sociedade. Este será o tema central do XVI Fórum
Nacional, a ser realizado entre os dias 17 e 20 de maio na
sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES). Já são quase duas décadas
de debates acadêmicos sobre alguns dos principais temas
da agenda econômica e social do país. Por várias
vezes, o encontro antecipou gargalos e apontou soluções
antes mesmo dos problemas surgirem.
No comando, o ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso,
dirigente de uma organização não-governamental,
o Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), que conta com
patrocinadores - também torcedores - de peso como bancos
e empresas privadas, estatais, fundos de previdência
e organismos internacionais. A voz é mansa e pausada,
mas o saber do professor têm a velocidade de quem vivenciou
por 11 anos os corredores ministeriais e, nos últimos
tempos, tornou-se incansável articulador de propostas
para um Brasil melhor. É fácil perceber o espírito
cívico de quem sonha em um país mais justo.
"Humildemente, esperamos ter contribuído para
a construção de uma agenda de discussão
e propositiva. Este ano, a grande pergunta é será
que teremos crescimento sustentado pela frente ou mais um
vôo da galinha, como nos anos 80?", diz Reis Velloso.
Como sempre teve trânsito com os mais diversos interlocutores
da sociedade, inclusive com o PT - Aloizio Mercadante e José
Genoíno sempre foram habitués do Fórum
Nacional - não surpreende que a abertura será
feita por ninguém menos do que o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva. Ele falará sobre Desenvolvimento e Inclusão
Social e sua palestra é a única da manhã
da terça-feira, dia 18. Estão confirmadas também
as presenças de vários ministros, como da Fazenda,
Antonio Palocci e do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan.
Os ex-presidentes também compareceram aos encontros
anteriores. Em 2000, Fernando Henrique Cardoso criou polêmica
ao chamar quem se aposenta ainda jovem de vagabundos. Ironia
do destino, ele próprio já estava aposentado
como professor perseguido em tempos militares.
O primeiro painel, dia 18, debaterá temas macroeconômicos.
"Será que vamos conseguir superar o bloqueio
atual fiscal ?", questiona Reis Velloso, frisando a importância
de incluir a Reforma da Previdência neste cenário.
Para debater este tema estarão sentados lado a lado
especialistas como Affonso Celso Pastore e Raul Velloso, chamados
pelo ex-ministro de habituais suspeitos. Raul é irmão
mais moço de João Paulo.
Entre os debatedores dos outros painéis estão
os ministros da Educação, Tarso Genro, e da
Justiça, Márcio Thomaz Bastos, o presidente
do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, o ex-presidente
do BNDES, Antônio Barros de Castro e os economistas
Cláudio Frischtak e Armando Castellar.
SÔNIA ARARIPE
do Jornal do Brasil
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