Mais uma vez a Sabesp recorre a
uma técnica desacreditada na esperança de recuperar
os mananciais dos Sistemas Alto Cotia e Cantareira: bombardear
as nuvens com aglutinadores e provocar chuvas artificiais.
Os testes iniciados em 2002 foram intensificados: um avião
bimotor entra em nuvens, formadas por vapores de água
e escolhidas pelo radar meteorológico. Em seu interior,
pulveriza até 300 litros de água que, segundo
técnicos da companhia, vão aglutinar as gotas
espalhadas pela nuvem e provocar chuvas sobre o reservatório.
"É uma técnica
ultrapassada", critica o hidrogeólogo Aldo da
Cunha Rebouças, do Instituto de Estudos Avançados
da Universidade de São Paulo (USP). "Não
se tem controle para saber onde a chuva vai cair." O
professor Mario Tadeu Leme de Barros, de Engenharia Hidráulica
e Sanitária da USP, é da mesma opinião.
"Não há a menor credibilidade científica
nessa técnica", afirma.
"Em 50 anos de experiências,
não foram obtidos resultados cientificamente comprovados",
completa o professor Augusto José Pereira Filho, do
Departamento de Ciências Atmosféricas da universidade.
Mauro Mug
De O Estado de S. Paulo
|