A cor da pele justifica um tratamento
diferente. Pelo menos quando o assunto é uma abordagem
policial. Segundo pesquisa realizada pela Datafolha, 86% dos
homens que se consideram pretos já enfrentaram uma
revista policial na rua. Entre os brancos, 71% tiveram essa
experiência. Entre os pardos, 82%. Se o paulistano for
preto e jovem (16 a 25 anos), a incidência da abordagem
policial é maior, atinge 91% do segmento. Essas mesmas
pessoas, foram, em média, revistadas cerca de 10,6
vezes. Brancos do mesmo segmento etário sofreram revista
policial, em média, 7,4 vezes.
Além desses dados, durante a pesquisa ficou intensificado
que o morador da cidade de São Paulo tem hoje mais
confiança na ação da Polícia Militar
do que quatro anos atrás. A pesquisa revela que, em
dezembro último, diante de um policial militar, 41%
dos paulistanos se sentem mais seguros do que com medo. Em
1999, essa taxa era de 30%. Mesmo assim, a maioria (54%) tem
mais receio do que confiança no corpo de segurança
do Estado.
O índice é segundo menor desde 1995. Esse comportamento
é mais verificado entre os homens e mulheres brancas
(55% e 62%, respectivamente) do que em outros segmentos. Entre
os jovens (16 a 25 anos) que se declararam pretos e pardos,
o temor da polícia é maior do que dos bandidos
(45% e 40%). Entre os brancos da mesma idade, a taxa é
de 35%. A maioria dos paulistanos (60%) é a favor da
pena de morte. É curioso notar que entre os que se
dizem pretos, o apoio a essa proposta de punição
é maior quanto mais velho for o entrevistado. Entre
os jovens, 41% são a favor; entre os de 26 a 40 anos,
65%; e entre os que tem 41 ou mais anos, 69%.
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