Uma iniciativa
interessante, mas que não será capaz de solucionar
sozinha o déficit de professores nos colégios.
Essa é a análise que especialistas em ensino
médio ouvidos pela Folha fazem da Capemp.
"Nenhum problema educacional será resolvido com
medidas pontuais. É uma ilusão achar que a formação
e a pesquisa resolverão [o déficit]", diz
Marcelo Giordan, coordenador, na Sociedade Brasileira de Química,
de um projeto de educação continuada de professores.
"O professor também precisa de boas condições
de trabalho, como laboratórios, e de um bom salário.
Sem isso, não haverá procura pela área",
afirma.
Para Deise Miranda Vianna, secretária de ensino da
Sociedade Brasileira de Física, além da criação
de vagas em licenciatura, é preciso criar estratégias
para manter o aluno no curso.
"Existe uma evasão muito grande nos cursos de
licenciatura em todo o país. Como conseqüência,
uma grande parte dos professores de ensino fundamental não
tem graduação", afirma Vianna. "A
nossa expectativa é que a Capemp irá melhorar
essa situação."
Na opinião de Clarice Sumi Kawasaki, ex-presidente
da Sociedade Brasileira de Ensino de Biologia, é fundamental
que a Capemp privilegie pesquisas voltadas para os problemas
enfrentados pelos professores no dia-a-dia. "Deve-se
ter em vista que aquele pesquisador deve voltar para a sala
de aula. Caso contrário, o projeto será desvirtuado."
(CC)
As informações são
da Folha de S.Paulo.
|