As mudanças tributárias
promovidas pelo governo aumentaram a carga de impostos e contribuições
federais pagas pelos brasileiros em R$ 1,91 bilhão
no ano passado.
O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, negou durante o ano
passado que as mudanças tributárias que estavam
sendo promovidas pelo governo elevariam os impostos.
Segundo a Receita Federal, no entanto, o fim da cobrança
em cascata e aumento da alíquota do PIS engordaram
a arrecadação em R$ 1,33 bilhão em 2003.
Além disso, o aumento da alíquota da CSLL para
prestadores de serviço e a elevação da
Cofins para instituições financeiras contribuíram
com mais R$ 220 milhões e R$ 360 milhões, respectivamente.
"Distorções"
O secretário-adjunto da Receita, Ricardo Pinheiro,
disse que só mudanças de legislação
podem ser consideradas aumento de carga tributária.
Segundo ele, outros fatores como cobranças de impostos
em atraso e aumento da arrecadação devido à
inflação ou devido ao crescimento da economia
não podem ser encaradas como aumentos de carga tributária.
Além disso, o secretário disse que a mudança
do PIS, que elevou a carga, era uma antiga reivindicação
do empresariado, já que acabou com as diferenças
de tributação entre produtos nacionais e importados.
As demais mudanças, ainda segundo ele, também
corrigiram "distorções".
Por último, o secretário afirmou que os aumentos
da arrecadação com esses três impostos
poderão ser compensados pela queda de outros tributos,
gerando, inclusive, queda da "carga global" em 2003.
A arrecadação de impostos e contribuições
federais e receitas administradas pela Receita atingiu neste
ano, em termos nominais, R$ 273,358 bilhões, o que
representa um aumento de 12,49% sobre o ano anterior. Já
deflacionado pelo IPCA (principal índice de inflação
do país), a arrecadação caiu 1,85%, a
primeira queda desde o início do plano Real.
JOÃO SANDRINI
da Folha Online, em Brasília
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