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um ano de lula
15/01/2004
Dezembro derruba emprego na indústria

No primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o nível de emprego da indústria paulista, a mais importante do país, ficou negativo em 0,08%: o setor demitiu 1.351 trabalhadores a mais do que contratou. O resultado do mês passado foi decisivo para o saldo negativo. Foram fechadas 11.307 vagas, a maior queda (0,74%) no nível de emprego mensal em 2003 e o pior desempenho para dezembro desde 1998.

Desde 1995, apenas em 2000, quando foram criadas 27.416 ocupações, o setor industrial de São Paulo apresentou saldo positivo no emprego. Em nove anos (entre 1995 e 2003) foram eliminados 673.116 postos de trabalho no setor -o número de empregados na indústria reduziu-se de 2,2 milhões para 1,526 milhão.

Depois de experimentar grande retração entre abril e agosto (coincidindo com período de forte aperto de crédito e juros altos, inibidores de demanda), com a perda de 15.514 postos, a indústria paulista esboçou reação entre setembro e novembro, quando praticamente foram repostas as vagas eliminadas.

Isso levou a Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) a prever que o setor fecharia 2003 com aumento no nível de emprego comparado a 2002 ou, no mínimo, estável.

Até novembro, a conta estava positiva em 9.956 vagas criadas. A partir desse dado, a Fiesp estimava que fecharia o ano com saldo entre 2.000 e 5.000 vagas -variação positiva de 0,5%. O cálculo considerava o fato de que tradicionalmente dezembro é um mês de demissões na indústria. Ou seja, surpreendente não foi o resultado negativo de dezembro, mas o tamanho do tombo. A queda foi a maior em termos percentuais desde agosto de 2002 (0,98%).

"O resultado de dezembro não demonstra o início de um ciclo de problemas", diz Claudio Vaz, diretor do departamento de pesquisas econômicas da Fiesp.

Pela avaliação de Vaz, os planos de demissões voluntárias (PDVs) e o encerramentos de contratos temporários de trabalho foram as determinantes para o resultado em dezembro. A justificativa encontra respaldo se considerado que a indústria automobilística, que eliminou 979 vagas em 2003, a maioria via PDVs, foi um dos setores com maior variação negativa no emprego no mês passado (3,59%). "Cerca de 3.000 demissões no mês passado foram voluntárias", disse Vaz.

Na lista dos setores que mais demitiram em dezembro aparecem ainda congelados e supercongelados (queda de 6,74% no nível de emprego) e relojoaria (5,73%).
Pela previsão da Fiesp, o emprego na indústria deve aumentar entre 1,5% e 3% em 2004. A federação parte da premissa de que o mercado doméstico se reaquecerá devido à recomposição de salários ocorrida em algumas categorias no final do ano passado, à queda dos juros e à elevação dos recursos disponíveis para crédito.

Nesse caso, os setores mais beneficiados seriam os de vestuário, de alimentação, altamente demandantes de mão-de-obra, e de linha branca (eletrodomésticos). "Se tivermos uma situação na qual dependamos apenas das exportações, que continuarão ativas, o aumento no nível de emprego será de 1,5%. Se a isso for somada essa esperada melhora no mercado interno, o nível de emprego pode crescer 3%", declarou o diretor da Fiesp.

A retomada de contratações ocorreria apenas a partir de abril. O diretor argumenta que a atividade industrial recuperará fôlego em março, ao final do período de férias, com reflexos nos indicadores de emprego no mês seguinte.

Segundo ele, no que se considera cenário provável, a economia crescerá 3,5% -e a indústria registraria expansão de 4,5%.

JOSÉ ALAN DIAS
da Folha de S. Paulo

   
 
   
 

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