SÃO PAULO - Pesquisa divulgada
nesta quinta-feira pela Secretaria do Desenvolvimento, Trabalho
e Solidariedade do município de São Paulo revela
que o trabalhador que perdeu o emprego corta gastos essenciais
de alimentação e saúde, mas mantém
despesas com educação dos filhos. De acordo
com o levantamento, realizado com 402 pessoas, entre os dias
1 e 20 de dezembro, apenas 24,9% reduziu gastos com escola
particular e material escolar ao ficar desempregado, pelo
menos no curto prazo.
"Percebemos um apelo acentuado na educação.
Os trabalhadores acreditam que um profissional promissor só
poderá ser garantido com uma boa escola. Eles tentam,
na verdade, romper com a exclusão. Muitas famílias
estão desesperadas em oferecer aos filhos melhores
condições da que ele se encontra agora",
afirmou o secretário Márcio Pochmann, acrescentando
que a pesquisa comprova a angústia e até o desespero
em viver em cidades onde odesemprego é muito alto.
O primeiro sacrifício que o desempregado faz é
no seu lazer, segundo o levantamento. Em respostas múltiplas,
86% disseram cortar o cinema, o jogo de futebol, viagens e
restaurantes. Depois, o desempregado passa a comprarmenos
roupas e calçados (84,8%). O transporte é o
terceiro item reduzido no orçamento familiar (65%).
Pochmann disse que o desempregado passa a deixar o carro
na garagem para economizar. Quem não tem carro passa
a usar cada vez menos os meios coletivos de transporte, como
ônibus e trens, preferindo andar a pé. Os gastos
com alimentação também são cortados
(57%), principalmente os chamados supérfluos (doces,
sorvetes, bolachas) e até mesmo as 'misturas' (carnes
de vaca, frango e de peixe).
WAGNER GOMES
do Globo Online
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