SÃO
PAULO. O crescimento das exportações—
que devem atingir US$ 83 bilhões este ano, cerca de
13% a mais que em 2003 — vai permitir a criação
de 200 mil novos empregos, disse ontem o ministro do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando
Furlan. De acordo com o ministro, que falou no painel “Brasil:
Política Industrial e Oportunidades de Investimento”,
no estande o governo federal na XI Unctad, a estimativa é
bastante conservadora:
"Os números calculados são de geração
adicional de 200 mil empregos porque há segmentos,
como o de soja, onde o aumento da produção nem
sempre cria um número importante de empregos. Além
disso, uma parte do aumento das exportações
vem por acréscimo de preço, que não gera
emprego. Então, esse é um cálculo bastante
conservador, estaríamos adicionando 200 mil novos empregos."
De acordo com o ministro, que falou para convidados, entre
os quais empresários estrangeiros e assessores de governos
de países que participam da Unctad, houve aumento de
23% nas intenções de investimento entre janeiro
e abril últimos. Na comparação com o
mesmo período de 2003, foram US$ 33 bilhões,
dos quais US$ 11 bilhões são investimentos em
mineração:
ONU
Para a coordenadora-executiva da Campanha de Desenvolvimento
do Milênio da ONU, Eveline Herfkens, o Brasil tem grandes
chances de se projetar no comércio internacional, mas
precisa, primeiro, fazer sua lição de casa:
garantir que seus pobres se beneficiem com as exportações.
Segundo ela, o acesso dos miseráveis brasileiros à
terra e ao crédito tem grande importância para
o desenvolvimento do país:
"O tipo de política que o Brasil deveria seguir,
e até está seguindo, é de fazer a população
pobre se beneficiar com o crescimento, por meio do acesso
à terra e ao crédito", disse Eveline que
participou do painel “Comércio e Pobreza”,
do encontro.
As informações são
do jornal O Globo.
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