BRASÍLIA - O ministro da
Saúde, Humberto Costa, anunciou ontem que o governo
fez um acordo com laboratórios multinacionais para
a redução do preço de remédios
usados no coquetel de combate à Aids. Com isso, o governo
descartou a necessidade de quebrar patentes. O ministro disse
que os acordos permitirão uma economia de cerca de
R$ 300 milhões em 2004.
O custo total do tratamento dos cerca de 130 mil soropositivos
este ano será de R$ 508 milhões. Apesar do acordo,
o governo não conseguiu o desconto de 40% no remédio
Nelfinavir, produzido pela Roche. O preço da cápsula
caiu de US$ 0,52 para US$ 0,46, o que representa uma redução
de 10%. Mas Costa disse que houve compensações
no acordo com a empresa.
Doação
A multinacional doará o remédio para
o tratamento de crianças. O governo também fez
acordo para a doação de um lote do Sacnavir,
outro medicamento que integra o coquetel, que estava no ministério
em pendência judicial. O lote estava com prazo de validade
prestes a vencer e o laboratório se recusava a trocar
o remédio.
Costa afirmou que a negociação com a Roche
foi dura e disse que a quebra de patente do Nelfinavir não
seria vantajosa economicamente. Com esse procedimento, o governo
poderia importar da Índia o mesmo remédio e
até produzi-lo no Brasil.
"A economia que faríamos com a importação
do medicamento indiano seria de menos de 2% (R$ 11 milhões)
de todo o programa, além da doação dos
remédios para pacientes pediátricos e a substituição
do lote que estava vencendo", disse.
O custo do tratamento por paciente cairá de R$ 4.200
em 2003 para R$ 3.400 este ano. É o menor custo por
paciente desde 1999, quando o gasto chegou a R$ 8.500. Em
2003, o coquetel foi fornecido gratuitamente para 128 mil
pacientes. Com a economia que o governo vai fazer com os acordos,
o ministro estima que cerca de 20 mil novos pacientes que
precisam receber anti-retrovirais também poderão
ser atendidos pelo programa.
As informações são
do jornal O Globo.
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