SÃO
PAULO - O volume de cheques devolvidos por falta de fundos
voltou a aumentar em março e se tornou o segundo maior
desde 1991, quando a empresa de análise de risco Serasa
iniciou a pesquisa. Foram devolvidos 17,2 cheques a cada mil
compensados. Em fevereiro, tinham sido devolvidos 16 a cada
mil. No total, foram devolvidos no mês passado 3,25
milhões dos 189,25 milhões que passaram pelo
sistema de compensação.
O recorde histórico da pesquisa é de maio de
2003, quando a cada mil cheques compensados 17,6 não
tinham fundos e foram devolvidos.
Com esse resultado, a média de cheques devolvidos
no primeiro trimestre deste ano bateu recorde desde 1991.
Ficou 7,9% acima do mesmo período do ano passado e
atingiu 16,3 cheques por lote de mil.
Assim como no ano passado, quando a inadimplência com
cheques se estendeu por todo o primeiro semestre, o alto volume
deste trimestre é explicado pelas vendas de Natal.
Para incentivar as vendas, os lojistas alongam os prazos de
aceitação de pré-datados e os consumidores
têm dificuldade de honrar. Na avaliação
da Serasa, também este ano a inadimplência permanecerá
alta durante todo o primeiro semestre.
Apesar do crescimento econômico do último quadrimestre
de 2003 e de alguns setores terem aumentado a atividade neste
primeiro trimestre, a situação do consumidor
mudou pouco. A taxa de desemprego continua alta, a renda não
se recuperou e, para piorar, a tabela do Imposto de Renda
na Fonte não foi corrigida.
Um estudo apresentado na quinta-feira pelo Dieese mostrou
que o governo, ao não corrigir a tabela, embolsa parte
do ganho que os trabalhadores (assalariados com carteira assinada)
tiveram nas negociações salariais do segundo
semestre de 2003. Para a Serasa, na melhor das hipóteses
a inadimplência com cheque vai ficar igual à
de 2003.
As informações são
do Globo Online.
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