BRASÍLIA
- O ex-secretário nacional de Segurança Pública
Luiz Eduardo Soares disse nesta sexta-feira, em seminário
promovido pelo diretório nacional do PPS, em Brasília,
que até agora o governo federal não cumpriu
nenhuma das medidas previstas no Plano Nacional de Segurança
Pública. Ainda segundo ele, além de não
aplicar o plano nacional de segurança, o governo reduziu,
pela primeira vez, os recursos do Fundo Nacional de Segurança
Pública.
- Nada foi feito, nem sequer a suspensão dos contingenciamentos
foi feita. Pelo contrário, do ano passado para este
ano o Fundo Nacional de Segurança Pública sofreu
um corte de 10%. No governo Fernando Henrique nós reclamávamos
que os aumentos eram pequenos e agora, pela primeira vez,
houve redução dos recursos - afirmou. Luiz Eduardo,
que também foi subsecretário de Segurança
Pública do Rio de Janeiro, disse que os governos federal
e do estado do Rio devem parar de tratar politicamente o problema
da segurança no estado e partir para uma solução
prática. Segundo ele, há setores da polícia
do Rio que levam armas às favelas, levam e trazem drogas
e recebem diariamente percentuais do tráfico.
- Há muito pouca humildade, muita ironia. Estão
buscando bodes expiatórios. É momento de ter
grandeza e renunciar a ambições políticas
para reconhecer que, individualmente, não temos condições
de fazer frente à dramática crise no Rio, que
vai além do problema da Rocinha. Uma das providências
necessárias seria a eliminação da contaminação
da polícia pelo crime. Há setores consideráveis
das polícias fluminenses que fazem parte do sistema
criminal do Rio - afirmou.
Luiz Eduardo defendeu o uso das Forças Armadas para
ajudar a combater o crime organizando no Rio. Segundo ele,
a Marinha faria o serviço de guarda costeira, para
evitar a entrada de drogas no estado, a Aeronáutica
identificaria pistas clandestinas de pouso espalhadas pelo
estado que servem ao tráfico e o Exército faria
os serviços de inteligência e atuaria no anel
rodoviário do estado.
- Precisamos sair das soluções reativas, voluntaristas
e improvisadas e de transferências intempestivas de
recursos insuficientes. Temos de deixar o ego e o narcisismo
pendurados no cabide - afirmou.
As informações são
do jornal O Globo.
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