BRASÍLIA
- Um grupo de entidades ligadas a universidades públicas
defendeu ontem o projeto de reforma universitária do
MEC, criticado na semana passada, principalmente, por dirigentes
de universidades particulares. Cinco instituições,
entre elas a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
(SBPC), entregaram ao ministro da Educação,
Tarso Genro, um documento defendendo os princípios
do anteprojeto apresentado pelo MEC. "Algumas entidades",
comentou o ministro, viram no projeto "uma hostilidade
ao ensino privado que não existe. Há hostilidade,
sim, contra as instituições que fazem da educação
uma mercadoria rebaixada", afirmou. Reunidos em um Fórum
Nacional da Livre Iniciativa na Educação, esses
dirigentes apontam na reforma do MEC um "viés
ideológico" contra o ensino privado, que retira
a autonomia das instituições privadas de ensino
superior.
A proposta está aberta a propostas até 15 de
fevereiro. Depois, até maio ele poderá sofrer
emendas e ir para o Congresso em junho ou julho. "As
mudanças que precisarem ser feitas serão feitas",
disse Tarso. Sobre a autonomia, afirmou que a idéia
é reforçá-la e não "extingui-la
ou submetê-la aos desejos do mercado". Assinam
o documento cinco instituições: a SBPC, a Associação
Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais
de Ensino Superior (Andifes), a Academia Brasileira de Ciências
(ABC), a Associação Brasileira de Universidades
Comunitárias (Abruc), a Associação Brasileira
de Universidades Estaduais e Municipais (Abruem) e o Conselho
de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub).
LISANDRA PARAGUASSÚ
do O Estado de S. Paulo
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