As instituições públicas de ensino superior são
menos elitistas, do ponto de vista racial, do que as da rede
privada. Nas públicas, negros e pardos representam
32,8% dos formandos que fizeram o Provão em 2003, sendo
4,5% negros e 28,3% pardos. Na rede privada, o percentual
dos dois grupos somados é de 19,6%, sendo 3,1% negros
e 16,5% pardos.
A informação de que as instituições
públicas de ensino superior são menos elitistas
do que as particulares já havia sido confirmada no
Provão de 2000.
Na rede pública de ensino superior, segundo dados da
Pnad de 2001 do IBGE, os estudantes (não apenas os
formandos) têm renda média mensal familiar de
R$ 2.436. Na rede privada, essa renda chega a R$ 3.236.
Mobilidade
Dados do provão do ano passado mostram que a chegada
do negro ou pardo no ensino superior tem efeitos na mobilidade
social do ponto de vista educacional.
De todos os negros que fizeram o provão em 2003, 55%
têm pais que estudaram, no máximo, até
a quarta série do ensino fundamental, e apenas 10%
têm pais que haviam concluído o ensino superior.
Entre os pardos, 48% têm pais que completaram, no máximo,
a quarta série do ensino fundamental e 15% têm
pais que completaram o ensino superior.
Apesar de ser mais evidente entre negros e pardos, o efeito
da mobilidade educacional entre gerações também
é percebido com clareza entre os brancos. Nesse grupo,
35% têm pais que chegaram no máximo à
quarta série do ensino fundamental e 27% têm
pais que completaram o ensino superior.
A análise dos indicadores de renda e tipo de escola
que os formandos freqüentaram mostra que os negros e
pardos que chegam ao fim do ensino superior são mais
pobres do que seus colegas brancos.
Segundo o provão de 2003, 31% dos negros têm
renda familiar inferior a R$ 720, ante 26% dos pardos e 14%
dos brancos. O percentual dos que fizeram ensino médio
todo em escola pública é de 61% entre negros,
53% entre pardos e 45% entre brancos.
As informações são da Folha de S. Paulo.
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