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planejamento familiar
19/01/2004
Rio distribuirá pílula até para adolescentes pelo correio

A prefeitura vai distribuir pílulas anticoncepcionais para menores de idade, mesmo sem o conhecimento dos pais ou responsáveis, a partir de março, anunciou ontem o secretário municipal de Saúde, Ronaldo Cezar Coelho. O município lançará, dentro de 15 dias, a começar por Santa Cruz, uma grande campanha, com o objetivo de atrair a população para o programa de planejamento familiar, no qual equipes da secretaria já promovem palestras e orientam famílias, em 101 postos, sobre métodos anticoncepcionais.

"Sei que vai haver polêmica, que os pais vão reclamar, mas vamos distribuir pílulas anticoncepcionais para todas as mulheres interessadas, inclusive menores de idade, devidamente cadastradas e acompanhadas por nossos médicos. Já existem menores retirando pílulas nos nossos postos. A diferença é que, a partir deste ano, elas poderão receber o medicamento pelo correio e no endereço que quiserem. Não precisa ser em casa e os pais não precisam saber", completa o secretário.

Atualmente, a prefeitura tem cadastradas 23 mil mulheres interessadas em receber algum tratamento para evitar uma gravidez. No entanto, apenas 13 mil já aderiram a um plano de tratamento. O secretário de Saúde credita a baixa adesão à dificuldade que é para um cidadão de baixa renda ter que ir ao posto de saúde para buscar o medicamento. Ronaldo acha que a entrega de pílulas pelo correio conseguirá aumentar o número atual, que ele define como vergonhoso.

Remédio em Casa será ampliado
A divulgação começa por Santa Cruz porque o secretário identificou na região uma grande falta de informação a respeito dos métodos anticoncepcionais. A distribuição de pílulas contraceptivas é parte da iniciativa da secretaria de ampliar o programa Remédio em Casa, que, iniciado há dois anos, já fez 170 mil remessas de medicamentos via Correios — somente para pacientes em tratamento de diabetes e hipertensão. A partir de março, além dos usuários do programa de planejamento familiar, pacientes de câncer, epilepsia, aids e insuficiência cardíaca também poderão se cadastrar para receber remédios pelos Correios. Com isso, o município pretende alcançar, no fim deste ano, a marca de 400 mil remessas.

"Todos os pacientes que precisam de um tratamento contínuo poderão ser atendidos pelo programa, a partir de março. Para isso, fechamos um patrocínio dos Correios, em dezembro. E estou para acertar o patrocínio com uma empresa de telefonia para que o cidadão tenha ainda um serviço telefônico 0800, no qual possa tirar dúvidas", conta Ronaldo, que admite as precárias condições de saúde na Zona Oeste. "Estive em algumas comunidades de Santa Cruz e notei um enorme grau de falta de informação, como nas comunidades de Areia Branca, Nova Sepetiba e Balneário. Reconheço que a área é um vazio sanitário, mas vamos construir um novo posto em Areia Branca".

Para divulgar o programa Remédio em Casa, a prefeitura conta com a ampliação de mais um serviço. O Saúde em Família — no qual uma equipe de nove funcionários atende a pacientes em suas comunidades — terá 164 novas equipes, além das 25 já existentes. A inauguração do primeiro desses novos postos está marcada para 30 de janeiro, no Complexo do Alemão. Haverá ainda 84 equipes em Bangu, 32 em Campo Grande e 23 em Santa Cruz.

"Os médicos do Saúde em Família vão trabalhar também como divulgadores Remédio em Casa e dos outros programas", acrescenta Ronaldo.

O programa Remédio em Casa tem o objetivo aumentar a adesão dos pacientes aos tratamentos médicos, evitando filas nos postos de saúde e hospitais. Além de representar um conforto para os pacientes, a medida vem cortando gastos da prefeitura. O secretário conta que, ao entregar um remédio em casa, não há possibilidade de desvio desse medicamento, o que acontece quando as remessas vão para as unidades públicas. Além disso, um paciente, quando tratado, corre menos riscos de ser internado. O município gasta R$ 250 por dia com internação.

" O objetivo do programa é evitar que os pacientes sintam a necessidade de procurar os hospitais e os postos, o que é muito mais oneroso para nós e incômodo para eles", resume o secretário.


As informaçõe são do jornal O Globo.

   
 
 
 

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