O presidente
Luiz Inácio Lula da Silva foi cobrado ontem por representantes
de organizações não-governamentais e
parlamentares durante a cerimônia do Dia Nacional de
Combate ao Abuso Sexual de Crianças e Adolescentes,
realizada no Palácio do Planalto, em Brasília.
Em comum, todos pediram uma ação mais efetiva
do governo federal para combater o problema. Lula recebeu
ontem o novo mapa da exploração sexual, resultado
do trabalho da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito
do Congresso Nacional que investigou 186 casos de exploração
ao longo de um ano.
"Em 2000 lançamos o plano nacional de combate
à exploração sexual infantil. Na ocasião,
todos diziam que as ações precisavam acontecer,
mas isso vem sendo repetido há quatro anos e nada aconteceu",
disse Inês Dias, 24, do Comitê Nacional de Enfrentamento
à Violência Sexual.
Reiko Niimi, representante do Unicef (braço das Nações
Unidas para a infância) no Brasil, afirmou que o Sentinela,
o projeto do governo que combate a exploração
sexual de crianças, ainda está "tomando
corpo". O presidente Lula não fez comentários.
No Senado, o órgão da ONU divulgou um dossiê
contendo dez "casos exemplares" de impunidade de
acusados de violentar meninos e meninas em cinco Estados brasileiros.
"Apesar de o presidente ter feito um pronunciamento
em fevereiro do ano passado em que dizia que o fim da exploração
sexual para fins comerciais de crianças era uma das
prioridades do seu governo, essa definição de
prioridade, no nosso entender, não tem significado.
Não há locação de recursos financeiros
nem definição de estratégias de combate",
afirmou Maria América Ungaretti, coordenadora do programa
de erradicação do trabalho e da exploração
sexual infantil do Unicef.
As informações são
da Agência Folha, sucursal de Brasília.
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