BRASÍLIA. A Caixa Econômica
Federal (CEF) vai financiar até 70% do valor de imóveis
usados na linha de crédito com recursos do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O limite anterior
era de 50% do preço do imóvel. O restante terá
de ser complementado com recursos próprios do mutuário.
Ontem mesmo, a nova regra começou a ser implantada
nas agências da CEF.
Pela linha de crédito com recursos do FGTS, é
possível comprar imóveis avaliados em até
R$ 72 mil. O prazo de pagamento é de 20 anos e a taxa
de juros é de 6% ao ano, para as famílias com
renda de até mil reais, e de 8,16% ao ano, para famílias
com renda entre mil reais e R$ 2.400.
Segundo o presidente da CEF, Jorge Mattoso, a instituição
conseguiu elevar o teto de 50%, que estava em vigor desde
outubro, graças ao novo orçamento do FGTS para
a habitação. No fim do ano passado, os recursos
para o setor se esgotaram em várias regiões,
principalmente nas áreas metropolitanas.
Mattoso afirmou que a CEF quer ampliar o limite de financiamento
com dinheiro do FGTS para 100% da avaliação
do imóvel, como já ocorreu no passado. Além
de imóveis usados, a linha de crédito com recursos
do FGTS financia imóveis novos e em construção,
lotes urbanizados, material de construção, reforma
ou ampliação de imóveis. Este ano, a
linha terá R$ 3,05 bilhões. O limite de 70%
era exigido apenas nos empréstimos para imóveis
usados.
Garantias
O presidente da Federação Brasileira
das Associações de Bancos (Febraban), Gabriel
Jorge Ferreira, defendeu ontem o aumento de garantias para
os bancos recuperarem empréstimos inadimplentes, como
forma de abrir espaço para uma redução
dos juros cobrados pelas instituições financeiras.
Segundo ele, um grupo de trabalho no Ministério da
Justiça está estudando mudanças para
acelerar e facilitar a execução judicial de
garantias reais dadas pelos clientes.
Gabriel Jorge também disse que o Congresso Nacional
deve terminar a votação da nova Lei de Falências
para dar direitos iguais aos credores, sejam bancos ou empregados
da empresa com problemas.
Para o presidente da Febraban, um exemplo de boa garantia
são os créditos com desconto em folha de pagamento,
iniciados no fim do ano passado. Ele lembra que os juros finais
nesse tipo de empréstimo estão na faixa de 2%
a 3% ao mês, contra 6% a 7% ao mês no crédito
direto ao consumidor (CDC) comum.
GERALDA DOCA
ENIO VIEIRA
do jornal O Globo
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