Professores
da rede privada de ensino regular estão se mobilizando
contra propostas de terceirização de profissionais
da educação.
Além de criticar a criação de cooperativas,
a categoria critica um projeto Colégio Brasil Novo,
idealizado pelo ex-presidente do Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos
de Ensino do Estado de São Paulo) José Aurélio
Camargo, 55, para quem o atual modelo de gestão de
escolas está "esgotado".
Ele diz que a contratação de professores como
pessoas jurídicas possibilitará reduzir as mensalidades
em até 50%, além de dobrar o rendimento dos
professores, já que as escolas não teriam de
arcar com encargos trabalhistas.
Na opinião dos professores, o modelo implica perda
da qualidade de ensino por falta de comprometimento dos profissionais
com um projeto pedagógico. "É tratar a
escola como comércio", diz Fábio Zambon,
vice-presidente do sindicato da categoria. Já para
Camargo, o professor seria um parceiro das escolas, alugando
uma sala para as aulas e recebendo conforme o número
de alunos.
Segundo Luis Carlos Moro, 37, presidente da Associação
Latino-americana de Advogados Trabalhistas, "professor
não pode ser terceirizado". Para o advogado Cássio
Mesquita Barros, da Comissão de Peritos da Organização
Internacional do Trabalho, a idéia é uma tentativa
de fugir dos encargos da legislação trabalhista,
mas tem de ser muito discutida.
FERNANDA MENA
da Folha de S.Paulo
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