Dos 5.507
municípios brasileiros, 63,6% usam lixões como
destino final do material descartado, de acordo com o "Atlas
de Saneamento", apresentado ontem pelo IBGE.
Segundo o instituto, o lixão é uma forma inadequada
de armazenar os dejetos, pois provoca a contaminação
de rios e lençóis de água e do solo.
O modo mais indicado de depositar o lixo é o aterro
sanitário, utilizado por apenas 13,8% dos municípios
brasileiros. Os dados são de 2000.
Nos lixões, o material fica exposto a céu aberto,
sem nenhum tipo de controle. Já nos aterros, o solo
é impermeabilizado por uma manta; o que foi descartado
é coberto por terra; e os subprodutos líqüidos
e gasosos que restam da decomposição dos resíduos
orgânicos (maior fração do lixo doméstico)
são drenados e tratados.
Além dessas duas formas, existem ainda os aterros
controlados, adotados por 18,4% das cidades brasileiras. Nesse
modo de armazenagem, a impermeabilização é
realizada, mas não a drenagem de líqüidos
-o que representa uma ameaça para a qualidade dos lençóis
subterrâneos de água.
A boa notícia é que a coleta de lixo é
amplamente difundida no país, revela o atlas do IBGE.
Está presente em 99% das cidades. A má é
que, apesar disso, somente 8% dos municípios afirmam
ter coleta seletiva.
Um dos maiores problemas de não armazenar corretamente
o lixo, segundo o IBGE, é a contaminação
de rios e nascentes de água, que servem para o abastecimento
público.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico,
de 2000, a distribuição per capita de água
era de 260 litros/dia -mais do que em 1989, quando havia sido
de 200 litros.
A proporção de água sem tratamento,
porém, aumentou em relação ao total distribuído
-de 3,9% em 1989 para 7,2% em 2000. A pesquisa diz ainda que
as perdas das companhias distribuidoras de água podem
chegar, em alguns casos, a 40% do volume produzido.
Outro perigo dos lixões é a proliferação
de animais como os ratos, que se alimentam dos resíduos
e são potenciais transmissores de doenças.
As informações são
da Folha de S. Paulo.
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