BRASÍLIA
- O presidente do Serviço de Proteção
ao Crédito (SPC), Edson Monteiro, disse nesta terça-feira
que houve um aumento da inadimplência do comércio
neste primeiro trimestre do ano. Nos 20 dias de março,
542 mil pessoas foram incluídas no cadastro por não
pagamento ou por emitir cheque sem fundos, enquanto 280 mil
foram excluídas do SPC no período. Segundo Edson
Monteiro, isso é o reflexo das contas de Natal, que
foram feitas em várias parcelas e agora essas prestações
coincidem com pagamentos pesados no início de ano,
como IPTU, IPVA e escolas. Monteiro destacou também
que a economia vinha crescendo pouco e as contas do Natal
foram feitas em várias parcelas.
“A tendência da inadimplência é
subir até o mês de maio “, afirmou.
Segundo Monteiro, de 30% a 35% das compras são feitas
com talão de cheques e 40% com cartão de crédito
e débito. Ele informou que o SPC vai publicar a cada
dez dias uma base de dados nacional com essas inclusões
e exclusões no cadastro e depois serão fornecidas
informações ao Banco Central para avaliar melhor
a decisão dos juros. De acordo com ele, atualmente
o BC avalia a taxa de juros basicamente com as informações
dos bancos e não tem um base de dados adequada.
"Queremos fazer uma central de risco e dar um balizamento
do varejo ao Banco Central na definição dos
juros", afirmou.
Monteiro disse também que o SPC terá um desafio
agora dentro da política do governo de abrir contas
para pessoas de baixa renda, lembrando que a Caixa Econômica
Federal abriu mais de 1 milhão de contas e o sistema
precisa estar mais aprimorado para combater a inadimplência.
ENIO VIEIRA
do jornal O Globo
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