O ministro da Justiça, Márcio
Thomaz Bastos, afirmou nesta segunda-feira que é contra
a adoção da pena de morte no país. O
debate sobre a questão ressurgiu com a morte do casal
de estudantes em São Paulo e foi defendida pelo rabino
Henry Sobel. Thomaz Bastos vai se encontrar esta semana com
os pais da adolescente Liana Friedenbach, assassinada quando
acampava com o namorado. Ele disse respeitar a opinião
das pessoas que defendem penas mais rígidas quando
acontecem crimes cruéis porque, em geral, são
movidas pela emoção.
"Nos países que aboliram a pena de morte, a criminalidade
não aumentou. Nos países que implantaram a pena
de morte, a criminalidade não diminuiu. Existe nessa
discussão um efeito subsidiário muito negativo,
e que ela aplaca a consciência das pessoas. O crime
no Brasil só será vencido, colocado em níveis
toleráveis, na hora que nós tivermos uma polícia
integrada, que desvende os crimes, um Judiciário que
condene rapidamente e um sistema prisional que ao invés
de se tornar uma fábrica de reincidentes, se não
regenerar as pessoas pelo menos não as piore",
defendeu o ministro.
O ministro da Justiça defendeu também uma total
reforma da Febem e de todas as instituições
de reclusão de jovens infratores, que classificou como
a "primeira parte da linha de montagem da criminalidade".
Ele citou ainda algumas das medidas que estão sendo
adotadas, como a aprovação da lei que instituiu
o cadastro único de correntistas bancários e
a assinatura ainda este ano de acordo com a Suíça
para rastreamento de contas com dinheiro ilegal.
Thomaz Bastos participou da abertura da 3ª Reunião
do Conselho de Diretores da Polícia Judiciária
e de Investigação Criminal da Comunidade dos
Países de Língua Oficial Portuguesa. O objetivo
do encontro é a integração dos países
no combate ao crime organizado e à lavagem de dinheiro,
com a assinatura de acordos de cooperação internacional.
Composto por oito países que somam mais de 213 milhões
de pessoas que falam português, uma das propostas do
conselho é o reconhecimento da língua como idioma
de trabalho na Interpol, a polícia internacional. Hoje,
são reconhecidos apenas o inglês, francês,
espanhol e árabe.
As informações são
da Agência Brasil.
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