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Saúde
25/11/2003
Aids avança entre homens heterossexuais

Ao lado da estabilização nos últimos anos do índice de novos casos de Aids confirmados no Brasil, o Ministério da Saúde vem registrando um avanço da doença entre homens heterossexuais.

O último balanço, divulgado ontem em Brasília, mostra que, entre os homens, a relação heterossexual é a principal forma de transmissão do HIV, vírus causador da Aids, enquanto vêm caindo os registros por drogas injetáveis e relações homossexuais.

Em 2000, a incidência de Aids entre os homens heterossexuais era de 60%. Atualmente, supera 65% das notificações.

"Esse aumento é preocupante. Os medicamentos que corrigem disfunção erétil estão permitindo que pessoas com mais idade pratiquem sexo. E há uma tendência de que essas pessoas não usem proteção [preservativo]", afirmou o ministro Humberto Costa (Saúde), para explicar um dos motivos do avanço da doença entre heterossexuais masculinos.

Com o objetivo de atingir esse público, o Ministério da Saúde lançará uma cartilha dirigida a homens com idade entre 40 e 50 anos, visando incentivar o uso do preservativo. O personagem será o Gatão de Meia Idade, do cartunista Miguel Paiva. Serão 300 mil exemplares distribuídos em estádios de futebol, fábricas, canteiros de obras e portos, entre outros.

Além disso, haverá um aumento na distribuição de preservativos masculinos no próximo ano, passando de 300 milhões de unidades/ano para 400 milhões.

O governo incentiva, por meio da campanha Fique Sabendo, o aumento do número de testes de HIV no país. Estima-se que cerca de 400 mil brasileiros possam ter o vírus sem saber. Para o diretor do Programa Nacional de DST-Aids, Alexandre Grangeiro, o desafio é conscientizar a população de que relações estáveis não significam proteção contra a doença.

Desde 1980, quando o governo começou a contabilizar os dados da doença, até setembro deste ano, foram 277.141 casos. As mortes ocasionadas pela Aids no mesmo período chegaram a 138 mil.

A epidemia se estabilizou no Sudeste e no Centro-Oeste, mas apresenta tendência de aumento no Sul, no Norte e no Nordeste.

O ministro da Saúde ressaltou duas boas notícias em relação à doença: 1) redução em torno de 30% entre 1997 e 2001 dos casos de transmissão vertical (da mãe para o filho) do HIV; e 2) uma virtual eliminação da transmissão por transfusões de sangue. Em relação às mulheres, a principal forma de transmissão do vírus continua sendo a relação sexual.



Luciana Constantino,
da Folha de S.Paulo.

   
 
 
 

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