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ensino
26/07/2004
18% das universidades já oferecem crédito privado

São Paulo - A combinação de mensalidades altas com estudantes sem dinheiro paga pagá-las gerou um fenômeno recente no País: o financiamento privado do ensino superior.

Lançados há cerca de um ano e meio, os créditos educativos oferecidos por empresas particulares, por intermédio da própria universidade, já estão presentes em 18% das instituições, segundo pesquisa da CM Consultoria realizada em junho com 86 universidades privadas.

De acordo com a pesquisa, as universidades particulares afirmam que esse crédito alternativo ajuda a combater a inadimplência, que está torno de 25%, segundo o Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp).

Já os alunos conseguem cursar a faculdade e começam a pagar a dívida um ano após terem se formado, dividindo a prestação em muitos anos.

Aumento de vagas
A adesão a esses planos, segundo as próprias instituições, é explicada pelo aumento no número de vagas em faculdades particulares na última década, o que atraiu alunos com poder aquisitivo mais baixo. Somado a isso, o Financiamento Estudantil (Fies) do governo federal, que cobre até 70% das mensalidades de alunos carentes, atende apenas parte da demanda existente.

Cada financiamento tem suas regras, mas todos oferecem juros mais altos do que os do Fies e mais baixos do que os bancários. Enquanto o programa do governo cobra 9% ao ano, os financiamentos privados trabalham com taxas que vão de 1,5% a 3,5% ao mês - e os bancos utilizam índices que chegam a 12% ao mês, dependendo do tipo de crédito e da instituição.

O processo é rápido se o aluno estiver com a documentação em dia: em cerca de duas semanas, o contrato é assinado. Pelo Fies, é preciso esperar abrir a concorrência para as vagas, provar a falta de recursos para as mensalidades e esperar o resultado da seleção.

Opções
A Ideal Invest, por exemplo, cobre até 35% do valor da mensalidade com juros de 1,5% ao mês. A empresa iniciou o programa em fevereiro do ano passado e hoje atende 75 faculdades em 15 Estados. O aluno financia a dívida em até 12 anos.

Uma das cadastradas no Ideal Invest é a Faculdade Ibmec de São Paulo, que tem alunos no sistema. "É um produto que ajuda na questão da inadimplência e possibilita que alunos mais necessitados consigam entrar imediatamente no ensino superior. Firmamos contrato em maio do ano passado e até agora está funcionando bem", diz Márcio Jorge Maudonnet, gerente financeiro da instituição.

A Fininvest, do Grupo Unibanco, também oferece uma linha de crédito educativo para 10 mil clientes - o empréstimo pode ser usado do ensino fundamental à pós-graduação.

E o Semesp criou o Centro Brasileiro de Desenvolvimento do Ensino Superior (Cebrade), cuja principal função é administrar bolsas de estudo restituíveis. "Administramos bolsas de 1% a 100% em diversas universidades cadastradas.

Depois de um ano de formado, o beneficiado devolve esse dinheiro para a instituição, pelo preço da mensalidade na época em que ele for pagar", diz Marcos Pires Valdízia, diretor executivo do Cebrade.

As informações são da Agência Estado.

   
 
 
 

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