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trabalho
27/04/2004
Palocci afirma, em NY, que salário mínimo terá aumento conservador

O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) sinalizou ontem que o aumento do salário mínimo deverá ser conservador. Segundo Palocci, o reajuste do mínimo não pode afetar o equilíbrio das contas públicas.

Disse ainda que a elevação do salário-família será um ponto importante nas considerações a serem feitas para a definição do percentual de aumento do mínimo.

Conforme a Folha publicou no começo deste mês, o governo pretende incrementar o salário-família como forma de compensar um reajuste mais tímido para o mínimo. "O nível adequado do salário mínimo é aquele que melhor possa atender a necessidade dos trabalhadores e o equilíbrio das contas públicas", disse.

Para o ministro, "o equilíbrio das contas públicas interessa diretamente aos trabalhadores".

Segundo ele, um desajuste fiscal poderia provocar muita pressão inflacionária, o que reduziria o poder de compra do dinheiro.

"Com inflação alta você tem a corrosão do salário da população de baixa renda. O equilíbrio das contas públicas é necessário para permitir devolver o poder de compra dos salários", disse Palocci, após encontro ontem com dirigentes do Fed (banco central americano) de Nova York.

Palocci criticou o fato de, no Brasil, as pessoas se preocuparem muito com o valor do reajuste do mínimo, sem dar a devida atenção para o impacto que a inflação tem sobre o salário dos trabalhadores. "Se conseguirmos um bom salário mínimo e uma inflação ruim [alta], o resultado é exatamente zero."
De acordo com o ministro, um dos motivos de a renda do trabalhador ter voltado a se recuperar neste ano foi o sucesso obtido no combate à inflação.

Peso relevante
Palocci falou também que o salário-família tem um peso relevante na composição da renda das pessoas mais pobres.

"Isso [o aumento do salário-família] deve ser um ponto importante nas considerações do presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] e dos ministros, na medida em que a preocupação do governo é dar a possibilidade de o trabalhador e sua família terem condições dignas de vida."

O benefício é pago pela Previdência Social a trabalhadores com carteira assinada e aposentados que tenham dependentes de até 14 anos de idade ou inválidos.
Segundo a Folha apurou, os estudos técnicos prevêem aumento do benefício dos atuais R$ 13,48 para R$ 25 por filho. Dobrando o valor, o governo estaria elevando a renda dessas famílias, sem onerar a folha de pagamento das empresas.

No encontro com os dirigentes do Fed, Palocci disse que as conversas giraram em torno das políticas econômicas do Brasil e dos Estados Unidos.

O ministro participa hoje de um seminário sobre o Brasil organizado pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos.

LEONARDO SOUZA
da Folha de S.Paulo

   
 
 
 

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