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esperança
27/04/2004
Ações diretas à espera do crescimento

Gerar postos de trabalho em volume suficiente para fazer diferença nos índices de desemprego depende da retomada do crescimento econômico. Esse diagnóstico, praticamente consensual entre os especialistas, não dispensa medidas específicas para criar vagas. No encerramento da série sobre emprego iniciada no domingo, economistas, empregadores e sindicalistas apontam formas de reduzir a falta de trabalho.

Um cálculo constante no Plano Plurianual do governo estima que cada ponto percentual de elevação do Produto Interno Bruto (PIB) provoca 0,5 ponto percentual de redução do desemprego. Outra relação com o PIB projeta em 4% a expansão necessária apenas para absorver a população que ingressa no mercado de trabalho a cada ano.

" A principal causa do alto desemprego é a falta de crescimento, mas medidas específicas podem ser tomadas diante da estagnação. Teriam resultados melhores com a reativação econômica, mas podem reduzir os problemas sociais", resume o professor da Universidade de Campinas (Unicamp) Cláudio Dedecca.

O gaúcho Márcio Pochmann tem aplicado essa estratégia na Secretaria de Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade do município de São Paulo - a maior concentração geográfica de desempregados do país - cerca de 20%, ao redor de 1 milhão de pessoas, conforme números da Fundação Seade e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese). Segundo a secretaria, não fossem essas iniciativas, a taxa poderia ultrapassar 24%.

Gerar renda para famílias que mantenham crianças e adolescentes na escolas é uma das estratégias. Não cria vagas, mas reduz a pressão na procura de emprego, explica o secretário. Planos locais de desenvolvimento e mais microcrédito são outras opções para amenizar a falta de trabalho.

A reforma trabalhista como instrumento de expansão das vagas é bem-vista pelos especialistas, mas em outro momento. Dedecca considera improváveis alterações profundas neste governo:

"Em situação de ausência de crescimento não há dúvida de que a reforma trabalhista será para tirar direitos".



MARTA SFREDO
do Zero Hora

   
 
 
 

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