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doação de telefones
28/09/2004
Celulares vão ajudar quem está à espera de transplante

CURITIBA (PR) - No dia 4 de agosto, Geórgia Vieira Félix, de três anos, quase perdeu a oportunidade de receber o transplante de fígado, que ela aguardava desde os dois anos de idade. Naquela madrugada, a equipe do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, não conseguia avisar a família, que mora em São José dos Pinhais e não tem telefone em casa, para que a levassem ao hospital. Para sorte de Geórgia, os médicos conseguiram o telefone de um vizinho, que avisou a família.

A urgência em fazer contato com a família existe porque o órgão doado não pode ficar muito tempo fora do corpo humano. Para cada órgão existe um tempo de isquemia tolerância fora do corpo. O coração, por exemplo, pode ficar no máximo quatro horas fora do corpo antes da implantação, o fígado, 18 horas, e o rim, até 36 horas.

Para garantir o contato com os pacientes, em especial aqueles em lista de espera, o Pequeno Príncipe e a operadora de celulares Tim Sul firmaram, ontem, Dia Nacional de Doação de Órgãos, uma nova parceria. Com o nome de projeto ''Ligando Vidas'', a Tim repassou ao hospital 50 aparelhos pré-pagos que serão emprestados às famílias que aguardam a doação de órgãos. Os pacientes e o hospital não terão custos com a manutenção do telefone, que ficará constantemente apto a receber chamadas, mesmo que não sejam renovados os créditos.

O Pequeno Príncipe, responsável por metade dos transplantes infantis feitos no Estado, tem 83 crianças na fila de espera por um órgão, sendo que 49 precisam de rins, 24 de fígado e uma, de coração. ''Muitas dessas famílias não têm telefone, nem seus vizinhos. E nós precisamos de um jeito rápido para avisar quando temos um órgão'', diz a diretora de Relações Institucionais do hospital, Ety Cristina Forte Carneiro, lembrando que já houve casos de pacientes que perderam a chance de fazer o transplante porque a equipe não conseguiu contatá-los a tempo.

A família de Chaíse Farias dos Santos, de nove anos, uma das beneficiadas com a parceria, sabe da dificuldade em conseguir um doador. Por isso, há um ano e meio, a garota não sai de casa junto com o pai e a mãe, ao mesmo tempo. Isso porque um dos três sempre tem que ficar em casa, em Florianópolis (SC), para não perder e esperado telefonema da Central de Transplantes, caso apareça um doador de coração para ela.

Geórgia pode ser considerada uma criança de sorte. Em meio a uma fila que obriga os pacientes a esperarem três anos, em média, por um doador, Geórgia já conseguiu fazer dois transplantes. Ao primeiro, feito em janeiro do ano passado, teve rejeição. Agora, dois meses após a segunda intervenção, ela passa bem. ''A cor amarelada já saiu, o mal estar e a coceira pelo corpo também já passaram'', conta, aliviado, o pai, Jorge Luiz Félix que espera que a filha supere a doença de nascença, que impede o fígado de produzir as enzimas necessárias.

A Central de Transplantes do Paraná tem registradas, hoje, 3,8 mil pessoas na fila de espera pela doação de órgãos e tecidos, sendo 140 crianças. Dados nacionais dão conta de uma fila de 57 mil pacients em todo Brasil. O índice de doadores do Brasil (de dez doadores por 1 mil habitantes) corresponde a um terço da Espanha, onde há 30 doadores para cada mil habitantes. Em São Paulo, há em média 300 doadores por ano, quando seriam necessários pelo menos seis vezes mais para atender a demanda daquele estado.

 

As informações são da Folha de Londrina - PR.

   
 
 
 

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