Da posse
no Planalto até a última quinta-feira, o governo
Luiz Inácio Lula da Silva autorizou a realização
de concursos públicos para contratar 36.131 novos funcionários.
Essa foi apenas a primeira parte do plano do governo: até
o final de 2005, concursos para mais 70 mil novas vagas deverão
ser autorizados, prevê o Ministério do Planejamento.
Nas próximas semanas, o governo planeja também
distribuir na Esplanada cerca de 2.000 gratificações
a ocupantes das chamadas funções gratificadas
ou de cargos de confiança no Executivo.
Na reforma ministerial de janeiro, Lula criou mais 1.322
cargos de confiança, com remunerações
entre R$ 1.232 e R$ 7.575, além de 1.475 gratificações,
que variam de R$ 145 a R$ 245 por mês.
Esses novos chefes vão engrossar o contingente de
pouco mais de 17.780 cargos de confiança já
nomeados nos primeiros meses de governo. Mais de 40% deles
seriam remanescentes do governo Fernando Henrique Cardoso,
segundo estudo do Ministério do Planejamento. Os remanescentes
estariam concentrados em funções cujo salário
é menor.
"Não vamos ocupar todos [os novos cargos] imediatamente,
a idéia é deixar uma reserva de 30% para novos
programas ou projetos que eventualmente precisem de reforço",
disse Élvio Gaspar, secretário-executivo-adjunto
do Planejamento.
Para o secretário, o número de cargos de chefia
criados por Lula é proporcional ao crescimento da máquina
pública. Ele diz que a intenção do governo
é "reconstruir" os quadros de servidores
do Estado.
Até aqui, foi dada prioridade aos hospitais universitários
e às instituições federais de ensino
superior. No balanço de concursos autorizados, também
aparecem com destaque as vagas criadas para auditores, técnicos
e analistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
O terceiro lugar no ranking é ocupado pelo Ministério
da Justiça, com concursos para agentes da Polícia
Federal e policiais rodoviários.
Na lista aparecem até vagas para 150 analistas de
informações para a Abin (Agência Brasileira
de Inteligência). A autorização mais recente
beneficiará o quadro de fiscais federais agropecuários
--um dos motivos pelos quais o ministro Roberto Rodrigues
(Agricultura) teria xingado o colega Guido Mantega (Planejamento)
de "vagabundo". São 650 novas vagas.
O crescimento do quadro de funcionários públicos
não foi acompanhado no início do governo Lula
pela queda na contratação de serviços
de consultores e de pessoas físicas e jurídicas.
Com o chamado aluguel de mão-de-obra, a União
gastou no ano passado mais de R$ 1 bilhão. As consultorias
custaram cerca de R$ 150 milhões. Pagamentos a pessoas
físicas consumiram mais de R$ 700 milhões. As
empresas contratadas levaram, sozinhas, R$ 13,9 bilhões,
segundo dados do Siafi (sistema de acompanhamento dos gastos
federais).
As informações são
da Folha de S.Paulo.
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