SÃO
PAULO - O Estado de São Paulo tem 157 mil crianças
e adolescentes trabalhando em atividades de risco, principalmente
nas ruas, onde estão expostos ao crime organizado,
à prostituição infantil e a drogas. Deste
total, 17.250 estão na capital. Franca aparece em segundo
lugar, com 3.663 crianças e adolescentes em situação
de risco e Guarulhos em terceiro, com 3.442.
No total, são 66.760 crianças e adolescentes
que trabalham na capital e o Ministério Público
do Trabalho discute propostas que possam ser eficazes para
resolver o problema. Na maioria das vezes, as famílias
das crianças são desestruturadas e, por isso,
o apoio precisa ser integral. Boa parte destas crianças
também estudam e ficam na rua no período em
que não estão na escola. Elas passam apenas
entre 4 e 5 horas por dia dentro da escola e, quando saem,
ficam nas ruas.
A procuradora do trabalho Mariza de Moraes afirma que a sociedade
precisa ser conscientizada e as pessoasdevem evitar comprar
balas ou outros produtos vendidos por crianças e adolescentes
nos semáforos das grandes cidades. Para ela, quem compra
contribui para que a prática se eternize e não
beneficia a criança em nada. Mariza diz que engana-se
também quem pensa que, ao trabalhar cedo, a criança
ou o adolescente está aprendendo a garantir o futuro.
"O trabalho precoce é prejudicial, pois eles
acabam concluindo só o Ensino Fundamental e não
se preparam para o mercado de trabalho, que é cada
vez mais exigente", diz ela.
A secretária de Assistência Social do estado,
Maria Helena Guimarães de Castro, diz que o problema
mais grave é mesmo o trabalho nas ruas, onde as crianças
ficam expostas ao crime organizado e à prostituição
infantil. Para ela, é necessário um conjunto
de políticas públicas, como a complementação
do horário escolar com atividades programadas de lazer,
pois mesmo que estudem as crianças passam a maior parte
do dia na rua.
O trabalho infantil foi tema de seminário realizado
em São Paulo e os dados foram retirados da Pesquina
Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE,
de 2001.
As informações são
do Globo Online.
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