SÃO
PAULO - Cada vez mais as empresas procuram pessoas criativas
e capazes de propor soluções eficazes em situações
inesperadas, duas das habilidades que podem ser exercitadas
no trabalho em equipe e na capacidade de reflexão,
geralmente encontrados na atuação voltada ao
bem comum. Por essa razão, a participação
em programas sociais é atualmente é um requisito
de contratação tão importante quanto
o conhecimento de um segundo idioma.
É o que aponta levantamento realizado em setembro
do ano passado pelo Centro de Integração Escola-Empresa
(CIEE), com 479 funcionários de empresas envolvidos
diretamente na contratação de novos colaboradores.
Para 8,7% dos entrevistados, a participação
em programas sociais é o sexto item apontado numa relação
de onze requisitos que influenciam na decisão de contratação,
escolhido antes mesmo da alternativa domínio de outro
idioma, assinalada por 8,2% dos questionados.
Estágio social
Nesse contexto, o estágio é uma das
alternativas para que, desde o início da vida profissional,
os jovens possam se exercitar na área social. Para
ampliar as oportunidades de treinamento em atividades comunitárias,
o CIEE mantém 85 estagiários atuando em entidades
do 3º Setor e órgãos públicos dedicados
à assistência social.
As bolsas-auxílio são pagas pelo CIEE, com
o valor médio de R$ 455, para período de quatro
horas, e de R$ 800, para jornada de oito horas. Os estudantes
também recebem vale-transporte e vale-refeição.
Os estágios são realizados em entidades que
trabalham com crianças e jovens carentes ou em projetos
voltados para a melhoria da qualidade de vida de comunidades.
Outra realidade
O Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, na zona
leste de São Paulo, é um dos parceiros do CIEE
e conta, desde novembro do ano passado, com 11 estagiários.
A entidade atende 7.700 crianças, adolescentes e adultos
em situação de rua.
“Aprecio muito o estágio, porque adquiro novas
experiências e conhecimento de uma outra realidade,
já que a entidade atende um público carente”,
conta a estagiária Adriana Cristina Febraio, estudante
do 3º ano de Administração de Empresas,
que atua na área de Desenvolvimento Estudantil do Centro
desde junho de 2003.
Profissionalização de entidades
Se o estágio social ajuda o jovem a absorver
conhecimentos diferentes dos oferecidos por uma experiência
mais convencional, ele também auxilia na profissionalização
das entidades.
“A parceria promoveu um salto qualitativo no nosso atendimento.
Pudemos implementar e iniciar algumas práticas devido
à contribuição dos estagiários”,
avalia Ana Maria Peres da Silva, coordenadora de Desenvolvimento
Institucional do Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto.
Aulas de suplência
Outra entidade beneficiada com a atuação
de estagiários é o Projeto Educacional CIEE/PEC,
também sediado na zona leste de São Paulo, idealizado
e dirigido pela médica Yvonne Capuano, vice-presidente
do Conselho de Administração do CIEE.
Seis estudantes, supervisionados por profissionais, dão
aulas de suplência da 5.ª à 8.ª séries
e de ensino médio, além cursos de informática,
alfabetização, português e inglês,
entre outros serviços, atendendo a 615 pessoas de famílias
carentes.
Capacitação e inclusão
“Os estágios sociais abrem novas perspectivas
para os estudantes e contribuem para a sua capacitação
e inclusão”, diz Renata Altero de Mello, supervisora
de Projetos Especiais do CIEE.
O setor é responsável pelo Programa CIEE de
Alfabetização Gratuita de Adultos, que concede
bolsa-auxílio a 95 estagiários, encarregados
das aulas ministradas a cerca de 20 mil alunos por ano.
As informações são
da Agência Estado.
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