Os cursos
superiores de cinema e audiovisual podem ganhar autonomia
e ser desvinculados dos cursos de comunicação
social. Até o dia 19 de janeiro, a Secretaria de Educação
Superior (SESu/MEC) receberá propostas de novas diretrizes
curriculares. Após a análise, elas serão
encaminhadas à Câmara de Educação
Superior do Conselho Nacional de Educação (CNE/MEC)
para aprovação.
A SESu criou uma comissão, presidida pelo diretor
do Departamento de Política da Educação
Superior, Godofredo de Oliveira Neto, para discutir o assunto.
Algumas reuniões foram feitas com representantes do
Forcine (Fórum Brasileiro de Escolas de Cinema e Audiovisual).
"Novas diretrizes para os cursos de cinema e audiovisual
estão incluídas na política da reforma
universitária, que moderniza e propõe mudanças
e avanços nas universidades", comentou Godofredo.
Com a expansão do mercado de trabalho e das novas
produções cinematográficas e de televisão
no Brasil, há uma preocupação com as
diretrizes curriculares daqueles cursos. "Além
do crescimento do cinema brasileiro, há o fenômeno
mundial da sociedade audiovisual. Vivemos na sociedade da
imagem e do som, da informação e comunicação",
disse a presidente do Forcine, Maria Dora Mourão, professora
da ECA (Escola de Comunicação e Artes) da USP
(Universidade de São Paulo).
Formação
Na opinião de Maria Dora, as diretrizes curriculares
dos cursos de cinema e audiovisual no Brasil estão
voltadas, principalmente, para a comunicação
social. "Há a necessidade de se vincularem, também,
às artes", disse. Para ela, como cinema e audiovisual
são dinâmicos e agora se projetam para a internet
e para a telefonia celular, as diretrizes precisam ser amplas
e trazer coisas novas. Hoje, no Brasil, apenas o curso de
cinema da USP é autônomo.
Maria Dora, no entanto, é contra a radicalização
do debate. "Entendemos que as áreas de cinema
e audiovisual, hoje, têm uma importância tão
grande que não podem ficar submetidas à área
de comunicação social, mas quem queira assim
mantê-las deve ter essa liberdade", afirmou. "O
importante é que exista a possibilidade de fazer os
cursos independentemente."
Hoje, há interesse das universidades de criar cursos
de graduação, pós-graduação
e técnicos de cinema e audiovisual. As universidades
particulares Gama Filho e Estácio de Sá, ambas
do Rio de Janeiro, já os oferecem.
Cursos
Há cursos de cinema e audiovisual na USP,
na Universidade Federal Fluminense, na Universidade de Brasília,
na Universidade Federal de Minas Gerais e nas pontifícias
universidades católicas do Rio e de Porto Alegre, entre
outras. O Forcine tem 15 escolas filiadas.
Na década de 80, houve um movimento para a independência
e modernização dos cursos de cinema e audiovisual
no Brasil, mas só agora o MEC abriu espaço para
debate do tema no governo.
As informações são
da Folha Online.
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