Depois
de recuar e aceitar a derrota, a base governista se viu obrigada
a obstruir a votação da medida provisória
232, que aumentava a carga tributária para prestadores
de serviço e corrigia a tabela do imposto de renda
em 10%.
Na manhã de terça-feira, o líder governista,
Arlingo Chinaglia (PT - SP), havia dito que o governo recuaria
para não sofrer uma derrota na votação
do texto e rejeitaria a MP integralmente. O governo se comprometeria
a enviar um novo projeto sobre o assunto nos próximos
15 dias.
À noite, diante da estratégia da oposição
de tentar desmembrar a MP e garantir apenas a correção
da tabela, desprezando, portanto, os aumentos de tributos
que compensariam as perdas de recursos, Chinaglia comandou
um novo recuo, temeroso novamente pela derrota.
PT, PC do B, PMDB, PP e PTB entraram em obstrução,
derrubaram a sessão e postergaram a votação
para a tarde de quarta-feira. "Foi medo de perder",
admitiu o deputado petista Chico Alencar (RJ). "O governo
tem que apresentar nesta quarta-feira uma solução,
mandar um projeto de lei enxuto, só com a correção
da tabela", defendeu o petista Chico Alencar (RJ).
Requerimento
Na votação do requerimento da oposição
para desmembrar a votação, o governo chegou
a vencer a disputa em votação simbólica.
A oposição pediu para que a votação
fosse nominal.
Assim, cada deputado deveria assumir sua posição
sobre a MP abertamente. Sem controle da bancada, o governo
decidiu adiar a votação. Com mais tempo, os
governistas esperam garantir um apoio coeso nesta quarta.
FELIPE RECONDO
da Folha Online |