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febem
30/12/2003
Promotoria faz nova denúncia sobre Franco da Rocha

Um dia antes de o governador Geraldo Alckmin fechar os portões da unidade 31 da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem) de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, a Promotoria da Infância e Juventude entrou ontem com uma representação na Justiça pedindo o imediato afastamento do diretor da unidade 25, conhecida como “franquinho”, no mesmo complexo.

A assessoria da fundação afirmou que até o final da tarde de ontem a Febem não havia recebido a representação e, por esse motivo, não iria se pronunciar sobre o assunto. Relatórios elaborados por técnicos do Judiciário em visita realizada no último dia 17, descrevem maus-tratos a internos no local. Os jovens permaneceriam encarcerados a maior parte do tempo, em situação comparada a vivenciada pelos detentos do sistema prisional.

Os técnicos disseram que um grupo de funcionários estaria incitando os adolescentes a se rebelar ou fugir, entregando a eles as chaves das celas. Uma das chaves foi apreendida na inspeção. Em 29 de outubro, “franquinho” foi visitada por juízes quando foram constatadas ilegalidades semelhantes, que não foram sanadas conforme determinação judicial. Apesar das novas denúncias, o governador Geraldo Alckmin comemorou ontem o fechamento da unidade 31.

Alckmin vai participar hoje da cerimônia de fechamento dos portões. Ele afirmou que o ato encerra a última das unidades com características prisionais que restavam na Febem. “Franco da Rocha foi feito para ser um presídio. Foi como o que aconteceu com a unidade Parelheiros que não existe mais.”

“A Febem foi difícil em 2003, mas foi também a que mais avançou”, disse Alckmin. “Terminamos o ano bem. Foi o ano da parceria,” disse, aproveitando para comentar os projetos considerados por ele importantes, como os cursos profissionalizantes com apoio de redes de fast food, as vagas de trabalho na iniciativa privada e a faculdade gratuita para os internos. Hoje, os últimos 30 jovens que ainda ocupam a unidade 31, considerada uma das mais problemáticas, serão transferidos para o Tatuapé.


LUÍSA ALCALDE
do Diário de S. Paulo

   
 
   
 

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