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A candidatura de José Serra
à Prefeitura de São Paulo será lançada
hoje, às 14h30, com uma festa na Câmara Municipal.
Os principais líderes do PSDB no Estado estarão
presentes. Tucanos de todo o país devem prestigiar
o evento. Serra vai explicar os motivos que o levaram a ser
candidato e traçar os rumos da campanha.
O ex-presidente Fernando Henrique, entretanto, não
deve comparecer. O deputado Walter Feldman (SP) acredita que
''ainda não é a hora de o Fernando Henrique
aparecer''.
Nome anunciado, o PSDB corre contra o tempo. As conversas
com PFL, PMDB e PTB, interrompidas desde que o ex-ministro
deixou claro que não participaria da eleição,
serão retomadas a toque de caixa. José Pinotti
(PFL), Michel Temer (PMDB) e Arnaldo Faria de Sá (PTB)
tiveram seus nomes confirmados e não parecem dispostos
a retirar seus nomes da disputa.
Outra preocupação que ronda o QG da campanha
de Serra é o eventual acordo que possa ser celebrado
entre o Planalto e os candidatos de partidos da bancada governista,
como PMDB, PTB, PSB e PPS. José Aníbal, ex-presidente
do PSDB, se mostra cauteloso, e lembra que Faria de Sá
sempre foi crítico a Lula, notadamente em relação
à Previdência.
“Obter o apoio de outros pré-candidatos não
será tarefa fácil. Precisamos, porém,
garantir que a campanha não será agressiva.
Todos sabem que a gestão da Marta tem problemas. A
eleição precisa ser disputada contra quem está
no poder. Virou moda partidos lançarem candidatos que
só criticam os adversários na campanha”,
avaliou Aníbal.
O deputado Faria de Sá não pretende mudar sua
estratégia por causa da presença de Serra na
disputa. Sobre possível acordo para favorecer Marta,
é enfático:
“Esse tempo já passou. Vou focar na falta de
administração na cidade, como no trânsito
caótico.”
A deputada Luiza Erundina não demonstrou surpresa com
a decisão de Serra. Reconhece que o nome do ex-ministro
altera o quadro sucessório. Lamenta que a federalização
da campanha, que considera irreversível, ponha em segundo
plano a discussão sobre os problemas da cidade. Durante
a campanha, promete relembrar os oito anos de tucanato, mas
não pensa em poupar a candidata do PT:
“A disputa é pela prefeitura. A Marta tem a máquina.
A minha candidatura só tem sentido porque as nossas
propostas são diferentes. Tenho feito muitas críticas
à administração dela e pretendo continuar
assim. Vou questionar o Serra sobre o governo FH. O desemprego
e a violência não começaram agora. A política
econômica do Lula é uma continuação
do governo anterior. Só não vou baixar o nível”,
concluiu.
RUY SAMPAIO
do Jornal do Brasil
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