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A desempregada Kelly Cristina Santos
Rosa, de 19 anos, torce para que as perspectivas melhorem
para a região onde mora, em Itaquera, na zona leste
de São Paulo. "Tinha de ter fábricas de
roupas, sapatos e peças por aqui", acredita. A
idéia de Kelly pode se concretizar em breve. Os setores
têxtil e de bens de capital - com destaque para máquinas
pesadas e turbinas e motores a gás - foram indicados
pela consultoria A. T. Kearney como os mais propícios
para atrair investimentos para a zona leste, segundo um estudo
encomendado pela Prefeitura.
A recomendação para
dar prioridade aos dois segmentos faz parte do relatório
da segunda fase do plano de desenvolvimento da região,
divulgado ontem, no Palácio das Indústrias.
O projeto terá ainda uma terceira etapa, em que serão
definidos os meios de atrair empresas dos dois setores para
a zona leste. Na primeira fase, concluída em setembro,
a consultoria indicou uma área desocupada em Itaquera
- cortada pela Avenida Jacu-Pêssego - como local ideal
para novas indústrias.
Aprovação - O bancário
Milton Sérgio de Souza Vicente, de 43 anos, que mora
perto do ponto escolhido, aprova a idéia. Para ele,
faltam opções de emprego no bairro. "O
pessoal todo vai trabalhar no centro", explica. A aposentada
Arlinda Rosa Nascimento, de 61 anos, concorda. "Tem muito
jovem por aqui fazendo o que não deve."
Segundo o vice-presidente da A.T.
Kearney, George Freund, foram analisados todos os setores
que têm potencial para apresentar crescimento no mercado
interno e, principalmente, no mercado externo. A consultoria
concluiu que tanto a indústria têxtil como as
fábricas de máquinas e de turbinas e motores
a gás se encaixavam dentro do perfil procurado.
Segundo o assessor especial
da prefeita, Branislav Kontic, a Zona de Uso Preferencialmente
Industrial que a Prefeitura criará em Itaquera terá
como principal modelo uma área de Xangai, na China.
Maurício Moraes
O Estado de S. Paulo
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