Classificação |
1º Brasil |
2º Itália |
3º Suécia |
4º Bulgária |
Artilheiros |
6 gols Oleg Salenko (Rússia) |
6 gols Hristo Stoichkov (Bulgária) |
5 gols Jürgen Klinsmann (Alemanha), Kennet Anderson (Suécia), Roberto Baggio (Itália), Romário (Brasil) |
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Folha Imagem |
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Herói do tetra, Romário segura bandeira em avião |
Disputada nos Estados Unidos sob forte calor - em muitas vezes em estádios de futebol americano adaptados -, a Copa de 1994 não apresentou grande evolução de nível técnico em relação ao Mundial da Itália-1990, apesar de ter tido jogos mais emocionantes. Além do Brasil, que se destacou pela disciplina tática e pela defesa forte mais do que pelo futebol bonito, outros grandes atrativos foram a surpreendente Bulgária de Stoychkov, que terminou em quarto lugar, e a Romênia de Hagi, que caiu nas quartas para a não menos surpreendente Suécia. Os romenos, aliás, protagonizaram jogo histórico ao vencer a Argentina por 3 a 2, nas oitavas - Maradona, flagrado por doping no jogo anterior, não atuou. Outra grande partida, em que os grandes heróis foram Bebeto, Romário e Branco, foi a vitória brasileira por 3 a 2 sobre a Holanda, nas quartas. Na final entre Brasil e Itália, a tentativa da Fifa de mostrar aos EUA que a Copa podia ser um grande show falhou. Foram 120 minutos sem gols. No desempate, logo de de cara, Baresi chutou para fora. O goleiro brasileiro Tafferel defendeu o chute de Massaro. Na cobrança final, a grande estrela do time italiano, Roberto Baggio, chutou por cima do gol, deixando para história uma expressão marcante de tristeza - enquanto brasileiros davam cambalhotas pelo campo.
Brasil
A seleção brasileira chegou à Copa-1994 cheia de pressões. Primeiro, pelo fato de que o país vivia então um jejum de 24 anos sem título. Segundo, e talvez mais importante - com certeza mais irritante para o técnico Carlos Alberto Parreira -, pelas críticas que o time vinha sofrendo devido ao estilo de jogo. A seleção do tetra entrou para história como um marco. O pragmatismo de Parreira encerrou definitivamente a era do romantismo e inaugurou a do "jogar pelos três pontos". O time montado pelo técnico, que teve Zagallo como auxiliar, recuperou a honra da "geração Dunga". Jogadores como próprio volante, que se tornou o capitão do time, além do goleiro Taffarel e dos lateral Jorginho e Branco, haviam ficado marcados pelo fracasso em 1990 e deram a volta por cima. À parte a postura defensiva e os resultados apertados, a seleção brasileira teve grandes destaques individuais. A zaga, com Aldair e Márcio Santos, foi praticamente perfeita. No ataque, Bebeto e Romário fizeram a diferença na hora certa, com o primeiro servindo de fiel escudeiro ao segundo, grande craque do Brasil na competição. Romário, aliás, mostrou nos EUA o melhor de seu repertório, com gol de cabeça, apesar da baixa estatura, lances típicos de oportunismo e jogadas de craque. Não à toa, foi o melhor jogador do mundo de 1994.
Curiosidades
- Pela 1ª vez, o goleiro não podia pegar com a mão bolas passadas com os pés por colegas. Com isso, muitos se postaram mais à frente, o que levou a vários gols por cobertura.
- Devido ao fuso horário, 27 das 52 partidas tiveram início entre 11h30 e 13h30, desgastando fisicamente os jogadores em temperaturas acima dos 30 graus.
- O zagueiro Escobar, da Colômbia, foi assassinado em seu país por marcar um gol contra no jogo com os EUA, na primeira fase da Copa.
- Salenko colocou seu nome na história em jogo despretensioso: Rússia x Camarões, equipes já desclassificadas. Ele marcou cinco gols na vitória por 6 a 1, recorde numa partida.
- O atacante Roger Milla, que fez o tento camaronês na derrota por 6 a 1 para a Rússia, tornou-se o jogador mais velho a marcar em Copas, aos 42 anos.
- Pela primeira vez, foram disputados jogos em um estádio coberto, o Silverdome, em Detroit. O Brasil enfrentou ali a Suécia, na primeira fase, empatando em 1 a 1, gol de Romário.
- Em homenagem a Ayrton Senna, morto no mesmo ano em acidente, jogadores exibiram, após a final contra a Itália, uma faixa que dizia: "Senna, aceleramos juntos. O tetra é nosso".
- Em represália à imprensa paulista, a CBF excluiu a cidade de São Paulo do roteiro oficial da recepção aos campeões, que incluiu Recife, Brasília e Rio.