Classificação |
1º França |
2º Brasil |
3º Croácia |
4º Holanda |
Artilheiros |
6 gols Davor Suker (Croácia) |
5 gols Gabriel Batistuta (Argentina), Christian Vieri (Itália) |
4 gols Luis Hernández (México), Marcelo Salas (Chile), Ronaldo (Brasil) |
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AP |
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Ronaldo lamenta derrota na final; França festeja o título |
Idealizado pelo francês Jules Rimet, o Mundial de futebol teria que esperar 68 anos para ver a França campeã. Quatro grandes oportunidades já haviam sido desperdiçadas. Em 1938, quando o país abrigou o Mundial pela primeira vez, na Suécia-1958, quando o time do artilheiro Fontaine foi eliminado pelo Brasil nas semifinais, e nas Copas de 1982 e 1986, quando a geração de Platini, Giresse e Tiganá parou duas vezes seguidas nas semifinais diante da Alemanha. A espera resultou em uma conquista em grande estilo. Pela primeira vez o time vencedor teve o melhor ataque (15 gols) e a melhor defesa (apenas 2 gols sofridos) do torneio. Na final, bateu o Brasil por incontestáveis 3 a 0 - a maior derrota brasileira em Copas - , com dois gols de Zidane e um de Petit. Para obter esse sucesso, recorreu a suas ex-colônias. Treze dos 22 jogadores que compunham o elenco eram nascidos em outros países ou tinham origem estrangeira. Assim, formou um time com jogadores provenientes de quatro continentes. O próprio Zidane, astro da equipe, era filho de argelinos. Em comparação com o Mundial anterior, a Copa da França marcou a volta do bom nível técnico. Um grande destaque foi a Croácia, estreante, que chegou às semifinais, passando pela Alemanha, e terminou em terceiro lugar, além de fazer o artilheiro do torneio, Davor Suker.
Brasil
O técnico Zagallo teve um dos maiores períodos que um treinador brasileiro já teve para montar um time. Assumiu a equipe logo após a saída de Parreira, depois do título de 1994. Mas, mesmo assim, não foi capaz de definir uma base. No dia do anúncio da lista final, incluiu o meia Giovanni, que estava fora da seleção havia um ano. Fez do jogador titular na estréia contra a Suécia. Substituiu-o por Leonardo no jogo e não o usou mais. Já na concentração, na França, cortou Romário do time por causa de uma contusão. No dia do segundo jogo do Brasil na Copa, contra o Marrocos, Romário já estava à disposição do Flamengo, no Rio. Com um quarteto ofensivo formado por Leonardo, Rivaldo, Bebeto e Ronaldo, o Brasil passou com facilidade pela primeira fase e pelo Chile, nas oitavas-de-final. Venceu jogos difíceis contra Dinamarca (3 a 2) e Holanda (1 a 1 e 4 a 3 nos pênaltis) nas quartas e semifinais. A maior deficiência estava na defesa. Foram dez gols sofridos em sete jogos. Na final, um episódio nefasto prejudicou o time. O atacante Ronaldo, então com 21 anos, teve convulsões horas antes da partida. O caso aniquilou o bom clima. Depois de anunciar Edmundo, Zagallo mandou a campo Ronaldo, que teve atuação muito abaixo de seu rendimento médio. O Brasil levou 3 a 0 da França e viu sua primeira derrota por mais de dois gols em toda a história.
Curiosidades
- A Copa-1998 foi a última com o brasileiro João Havelange como presidente da Fifa. Em 8 junho, antes do início dos jogos, Joseph Blatter, da Suíça, foi eleito para o suceder.
- A equipe francesa eliminou três técnicos brasileiros: Carlos Alberto Parreira, da Arábia Saudita (4 a 0); Paulo César Carpegiani, do Paraguai (1 a 0); e Zagallo, do Brasil (3 a 0).
- Inimigos políticos históricos, EUA e Irã se enfrentaram na Copa. Antes do jogo, trocaram flores. O clima do jogo foi amistoso, e o Irã venceu por 2 a 1.
- A brasileira Rosângela de Souza e o norueguês Oyvind Ekeland casaram-se em pleno gramado momentos antes da partida entre Brasil e Noruega, na primeira fase.
- Robert Prosinecki tornou-se o primeiro a marcar gols em Copas por dois países diferentes: a Iugoslávia, em 1990, e a Croácia (ex-república iugoslava), em 1998.
- Irmãos na Copa: Michael e Brian Laudrup (Dinamarca), Mbo e Emile M'Penza (Bélgica), os gêmeos Frank e Ronald de Boer (Holanda). A Noruega teve Jostein e Tore Flo e mais um primo, Havard Flo. Na Itália, o técnico Cesare Maldini comandou o filho, Paolo.
- O alemão Lothar Matthaus, tornou-se o jogador com maior número de jogos em Copas (25) e com mais Copas disputadas (5), ao lado do goleiro mexicano Carbajal.
- Batistuta fez três gols diante da Jamaica e se tornou o único jogador a fazer hat-tricks (três gols em um jogo) em duas edições, depois de ter feito o mesmo contra a Grécia.