Desde 2006,
um grupo de universitários dos mais diferentes cursos
está apoiando escolas públicas da periferia
de Belo Horizonte. A iniciativa acaba de entrar na história
social por causa de um relatório sobre a experiência
elaborado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Num projeto batizado de Escola Integrada, a prefeitura de
Belo Horizonte ampliou a jornada escolar, oferecendo oficinas
(artes, comunicação, lição de
casa, reforço escolar, ciências, matemática)
em diferentes espaços da comunidade. Parques, praças,
clubes, igrejas, por exemplo. Para gerir essa movimentação,
cada escola formou um professor comunitário. As oficinas
são dadas pelos universitários, que ganham uma
bolsa e são orientados por um professor de seus respectivos
cursos.
Depois de seus meses de avaliação, os pesquisadores
da UFMG concluíram que os estudantes das escolas públicas
desenvolveram maior apetite pelo conhecimento e respeito pelos
professores; passaram a ler mais e entender melhor o que lêem.
Até mesmo aprenderam a se alimentar melhor e cuidar
da higiene. Note-se que estamos falando das escolas com as
crianças mais vulneráveis.
A chave não é apenas a ampliação
da jornada escolar, mas a montagem das redes ( saúde,
cultura, assistência social) pelo professor comunitário
combinada com o prazer de ensinar dos universitários,
desde que monitorados e com um material pedagógico
estimulante.
Diante dos resultados apontados pela pesquisa, cujo resumo
está neste
link, um governante não tem o direito de desconhecer
a experiência. Muito menos os prefeitos que acabam de
ser eleitos e prometeram melhorar a educação.
Coluna originalmente
publicada na Folha Online, editoria Pensata.
|