Durante entrevista
na rádio CBN, perguntei ao prefeito Gilberto Kassab
como o eleitor deveria reagir caso ele não cumpra sua
promessa por escrito de concluir seu mandato, se eleito: "O
eleitor deveria me mandar para casa." E, em seguida,
acrescentou: "Não votem em mim".
O fato é que pela dimensão assumida da campanha
paulistana, qualquer vitorioso, seja Kassab ou Marta, será
a estrela das eleições nacionais. Marta representaria
uma espetacular virada e a derrota do prefeito com a melhor
avaliação, segundo o Datafolha, de José
Serra, presidenciável também com boa avaliação,
além de ter deixado para trás Geraldo Alckmin.
Para Kassab será a vitória contra uma ex-prefeita
com boa avaliação, com obras importantes na
cidade, especialmente na periferia e, mais do que tudo, apadrinhada
ostensivamente por Lula, o presidente com recordes de popularidade.
Difícil imaginar que, nessas circunstâncias,
o nome do vitorioso não seja ventilado para a disputa
já em 2010.
Por isso, não dá para dizer que o "Não
vote em mim", lançado por Kassab, acabe com minhas
desconfianças assim como a carta que Serra me assinou
também não me tirou as desconfianças.
Significa que se ele descumprir a promessa será incomodado
durante a campanha com o texto e com sua voz. Já é
um pequeno consolo.
Coluna originalmente publicada na
Folha Online, editoria Pensata.
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