Terminada
a apuração, os principais debates giraram em
torno de saber quem ganhou mais com as eleições
e como esse resultado vai impactar a próxima sucessão,
em 2010 --houve um consenso de que Serra saiu fortalecido
para enfrentar o candidato de Lula.
Como é o hábito, os vitoriosos estão
com muitos sócios e padrinhos, e os derrotados, órfãos.
Esse debate, promovido pelos políticos e amplificado
pelos meios de comunicação, é uma amostra
de futilidade do jogo de poder.
A questão relevante, neste momento, é saber
se os candidatos vão tirar suas promessas do papel,
especialmente agora com o aumento da crise econômica
--aliás, essa preocupação é a
mensagem que saiu das urnas.
A leitura dos resultados mostra que o eleitor estava atento
a soluções locais, pouco se importando com sucessões
estaduais e federais; viu-se, por exemplo, que Lula, do alto
de sua popularidade, não transferiu votos. Até
a vitória Serra, que é um fato, precisa ser
ponderada --no primeiro turno, os eleitores, segundo o Datafolha,
achavam que seu candidato era Geraldo Alckmin, que perdeu
(e feio).
Talvez os políticos não estejam percebendo
que um novo eleitor, mais consciente, está surgindo
--e está mais ligado ao essencial do que a futilidades.
Coluna originalmente
publicada na Folha Online, editoria Pensata.
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