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Sei que tem um toque provinciano,
mas não deixa de ser emocionante estar em Nova York,
sábado de manhã, abrir o "The New York
Times" e ver uma reportagem, com direito a generosa chamada
de primeira página, sobre uma invenção
social brasileira – questão social brasileira,
na imprensa estrangeira, geralmente mostra desgraça,
matança, selvageria.
A reportagem indicou como a bolsa-escola
virou, no Brasil, uma proposta suprapartidária, capaz
de melhorar a educação, reduzir a pobreza extrema
e, ao mesmo tempo, disseminar-se pelo mundo. É, de
fato, uma das melhores idéias sociais do país,
embora muito tenha para ser aperfeiçoada, a começar
do fato de que, no geral, a escola pública é
ruim.
Nessa experiência, há
algumas valiosas lições, a serem pensadas neste
ano. Duas delas: 1) proposta social boa é aquela que
tem foco, não se dispersa, capaz de ser avaliada permanentemente.
2) Não deve ser um projeto de um indivíduo,
de um partido ou de governo, mas de toda uma nação,
para que independa das veleidades.
Se Lula conseguir ampliar a Bolsa-Família,
que absorveu a bolsa-escola, agregando governadores e prefeitos,
terá marcado um gol social - e teremos um dos mais
importantes programas do mundo de complementação
de renda.
Coluna originalmente publicada na
Folha Online, na editoria Pensata.
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