Não é sem motivo que
os eleitores, em todo o país, têm dificuldade
de fazer distinção entre os partidos; afinal,
todas as alianças são possíveis. A disputa
pela Prefeitura de São Paulo é mais um entre
tantos exemplos. Há, na prática, uma aliança
entre Paulo Maluf e Marta Suplicy. Ambos estão unidos
para derrotar José Serra no primeiro turno.
É indisfarçável a torcida dos petistas
para que Paulo Maluf consiga ir para o segundo turno. Como
é indisfarçável o esforço de Maluf
para que Marta cresça e dispute com ele na reta final.
Para isso, é importante que Serra despenque.
No seu entusiasmo petista, Paulo Maluf, no domingo, chegou
a defender a integridade moral de José Dirceu. Coincidência
ou não, um petista de São Paulo, José
Mentor, preservou Maluf, evitando que fosse convocado para
depor numa CPI, em Brasília, sobre evasão de
divisas.
Nesse jogo político, não se pode dizer que
José Serra sai por cima: afinal, seu vice, Gilberto
Kassab, fez parte, num posto estratégico, do governo
Pitta. Erundina acaba de aliar com Orestes Quércia.
Portanto, não será fácil encontrar alguém,
nesse disputa, quem atire a primeira pedra no companheiro
Maluf.
Coluna originalmente publicada na
Folha Online, na editoria Pensata.
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