A mistura de Copa do Mundo e eleições,
além da conhecida falta de prioridade à educação,
estão colocando em risco a aprovação
de uma medida (Fundeb) que vai transferir, em quatro anos,
R$ 4 bilhões de verbas federais para o ensino básico.
Pode não ser muito, mas é o que se conseguiu
depois de demoradas negociações. O pior nem
é isso.
O pior é que está para expirar a validade do
sistema de financiamento do ensino fundamental (Fundef), e,
se o novo mecanismo não for aprovado, entraremos num
buraco jurídico, no qual quem será dragado é
o ensino. Há meses está se alertando para esse
risco (inclusive neste espaço) e pouco, ou quase nada,
tem se avançado, apesar da gravidade do assunto. Dizem
até que o tema não anda por questões
eleitoreiras: não gostariam de dar essa conquista para
Lula.
O fato, porém, é o seguinte: o Congresso está
montando uma armadilha para o país numa questão
tão estratégica como educação.
É necessário, portanto, que os políticos
pensem um pouco menos em futebol e em eleições
para evitar essa armadilha.
Coluna originalmente publicada na
Folha Online, editoria Pensata.
|