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ensino
02/06/2004
Projeto educa fazendo sons de brincadeira

" Quem tem a palavra que rima com "mala"?", pergunta a professora Alessandra Terezinha Aguiar dos Santos, da Escola Crescer, à turma de 20 crianças do Jardim A.

Meninos e meninas, cada um segurando uma figura, tentam responder, todos ao mesmo tempo:

" Massa!" diz um aluno, segurando um desenho representando um rolo de macarrão.

A algazarra dura alguns segundos até que uma criança acerta a resposta e mostra o desenho de um aposento:

"É sala".

"É parecido com o meu, salada", emenda outra.

A diversão dessa gurizada tem um objetivo: usar jogos de sons e palavras como forma de auxiliar a aprendizagem das primeiras letras. As atividades fazem parte do projeto Brincando com Sons, da Escola Crescer, e vêm sendo trabalhadas com alunos de quatro a oito anos.

O programa utiliza jogos e passatempos para despertar na criança o gosto pelos sons e desenvolver uma relação de diversão com as palavras. Gravuras, dominós silábicos, cartões com imagens de animais, frutas e outros objetos são usados nas atividades com os alunos das turmas de maternal, jardim e 1ª série.

O projeto trabalha para despertar nas crianças o que educadores e fonoaudiólogos chamam de "consciência fonológica". As brincadeiras com sons e palavras não substituem os métodos regulares de alfabetização. São utilizadas como ferramenta auxiliar para o ensino.

"A idéia é aproveitar a relação lúdica que as crianças têm com o mundo e com as palavras", define a idealizadora do projeto, a fonoaudióloga Mirella Liberatore Prando.

A psicopedagoga e mestre em educação Sônia Moojen lembra que a consciência fonológica não é um valor absoluto, mas que traz benefícios quando usada em combinação com outras estratégias de alfabetização.

"Há polêmicas opondo o método construtivista de alfabetização ao uso da consciência fonológica. Mas as duas coisas não se excluem, e um bom caminho é a aplicação de uma auxiliando a outra", define Sônia.

Como crianças brincam com tudo, também podem se entreter com o idioma que falam. É nessa hora que os pais podem ajudar da mesma forma que fariam com as demais brincadeiras infantis: estando junto e divertindo-se também, até mesmo estimulando-as a contar seu dia na escolinha. Mais do que tempo para os filhos isso implica interesse por eles.

"Muitas vezes, as crianças descobrem semelhanças entre palavras e se maravilham, e o adulto, por já conhecer aquilo, manifesta indiferença", comenta a fonoaudióloga Mirella.

 

CARLOS ANDRÉ MOREIRA
do Zero Hora

   
 
 
 

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