Escolas
públicas e particulares de Fortaleza já começaram
a tomar medidas para evitar que, pelo menos em suas dependências,
alunos e funcionários não fumem. O contato precoce
com as drogas, que vem gerando o aumento da violência
e dos casos de dependência química, motivou o
Ministério da Educação a lançar
um projeto de capacitação de professores para
manter os alunos longe do vício.
No Ceará, um projeto de lei de autoria do deputado
estadual Adahil Barreto tramita na Assembléia Legislativa.
O projeto proíbe o fumo nas dependências das
escolas de ensinos infantil, fundamental e médio. A
proibição é bem ampla, estendendo-se
às cigarrilhas, aos charutos e cachimbos.
Enquanto isso, colégios como o Liceu do Ceará
afixaram nas salas de aula cartazes com a lei federal nº
9294196, que proíbe o uso do cigarro nos ambientes
fechados. Aluno do 2º ano do Ensino Médio no Liceu
do Ceará, D.L., 16 anos, conta que começou a
fumar por curiosidade há um ano e meio. Em casa, apenas
o pai mantém o vício e ninguém da família
sabe que ele enveredou pelo mesmo caminho.
Como não trabalha e o dinheiro que ganha dos pais
é pouco, sustenta o cigarro repartindo a despesa com
o primo de 17 anos, também é fumante. A hora
que mais lhe dá vontade de dar um ‘‘trago’’
é quando está nervoso. Na escola, garante, obedece
às normas e não fuma.
De acordo com o presidente do Conselho Escolar do Liceu do
Ceará, professor Edilberto Gadelha, a questão
da proibição do cigarro na escola é tratada
de forma educativa, logo início das aulas. Todos os
funcionários são orientados nesse sentido. Nos
turnos da manhã e da tarde, os auxiliares de serviço,
guardas, seguranças e coordenadores se revezam para
fazer a fiscalização. “Caso peguem alguém
fumando, numa conversa amigável pede-se para o aluno
apagar o cigarro. Eles aceitam e respeitam”, ressalta
Edilberto.
Dentro da escola, completa ele, a direção procura
fazer sua parte. Inclusive, pedindo e cobrando dos professores
que dêem o exemplo. “O problema todo, nessa área
onde está o Liceu, é a pracinha que fica bem
em frente. Sabemos até da existência do tráfico
de craque”, denuncia, lembrando que, por várias
vezes, tentou alertar os órgãos competentes.
“Se eles apareceram, não deram um retorno para
a escola”. Outra iniciativa da direção
é trabalhar a prevenção, através
de palestras e eventos.
No Colégio Santo Inácio, onde estão
matriculados 1.300 alunos, divididos em dois turnos (manhã
e tarde), o coordenador administrativo Reginaldo Sampaio diz
que no regimento interno está expressa a proibição
do uso de cigarro em qualquer dependência. “O
tratamento é idêntico para os professores e funcionários,
tendo em vista que só são contratados não-fumantes”,
frisa. Além do tema ser bastante discutido em sala
de aula, com apoio de um psicólogo e um orientador
espiritual, há um incentivo grande para o esporte.
As informações são
do Diário do Nordeste, de Fortaleza - CE.
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