O consumidor que estuda ou tem
filho estudante deve se preparar para novos aumentos na lista
de material escolar. Na volta às aulas neste início
de ano, a lista deverá ficar entre 15% e 17% mais cara
do que em 2003. Segundo Said Tayar, diretor de comunicação
da Brasil Escolar, rede que representa mais de 500 papelarias
no país, o lojista vai repassar aos preços a
inflação do período.
“Os reajustes não serão feitos com a
gana do ano passado, quando chegaram a 45% porque o mercado
temia uma explosão de preços com o novo Governo”,
diz Tayar. A Brasil Escolar prevê que os aumentos serão
mais modestos neste ano, apesar das oscilações
do custo de vida, do dólar e da taxa de juros no decorrer
de 2003. Isto porque o setor já não acredita
em disparada da inflação. “A economia
caminha de forma mais tranqüila, registrando deflação
em alguns meses e recuo da taxa básica de juros, que
hoje está em 16,5% ao ano”, acrescenta o diretor
da Brasil Escolar.
Outro fator para a maior estabilidade nos preços ,
segundo ele, é que boa parte do comércio fez
as encomendas de material para a indústria entre setembro
e outubro e já recebeu as mercadorias, o que estanca
a possibilidade de reajustes.
A exceção fica por conta do varejista que ainda
não renovou seus estoques e ficará na dependência
de fornecimento dos atacadistas, que costumam cobrar a mais
a diferença necessária para a manutenção
de seus negócios.
Entre as novidades que os consumidores vão encontrar
nas papelarias, encontram-se lápis que mudam de cor
conforme o tipo de luz, borracha acoplada a apontador, ambos
da Faber Castell. Na linha de cadernos, a tendência
de capas com famosos diminuiu e as vedetes, deste ano, serão
personagens de licenciados da Disney, Hello Kitty, Maurício
de Souza.
Também se destacam cadernos e acessórios licenciados
de entidades assistenciais. Uma caneta, que substitui a tinta
para pintura em artesanato, que também permite pintar
as unhas e o cabelo, da Noe, promete chamar a atenção
dos compradores.
Comprar bem
Na avaliação do empresário Juarez Fonseca,
dono de sete lojas em Goiânia, na área de material
escolar, não existe crise porque os consumidores precisam
repor mercadorias. “Por isso, o fundamental é
comprar bem para vender bem. Isso significa fazer estoque
cedo para ter como negociar preço.”
A recomendação da Brasil Escolar é que
os consumidores evitem se deslocar grandes distâncias
para comprar material escolar. Muitas vezes, o gasto com transporte
e combustível, não compensa a viagem. “O
ideal é fazer as compras dentro de seu bairro. Hoje
em dia, há boas papelarias nos bairros, com preços
melhores do que os grandes atacadistas”, garante Said
Tayar. O comerciante Sidney Patriani Fusco, dono da papelaria
Aliança, na Zona Norte, diz que ainda é cedo
para falar em preços definitivos. “O comércio,
em geral, continua preocupado com o crescimento do desemprego
e uma possível queda nas vendas. Dependendo de como
se comportar o mercado neste início de ano, teremos
de fazer promoções”, prevê .
ELZA YURI HATTORI
do Diário de S. Paulo
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