Balanço
da Fenapef (Federação Nacional dos Policiais
Federais) aponta que ao menos 80% dos aproximadamente 9.000
servidores do país aderiram à paralisação
iniciada nessa terça-feira. Os policiais reivindicam
o cumprimento da lei que regula os cargos de nível
superior na carreira.
A adesão envolve escrivães, agentes, papiloscopistas
(especialistas em impressões digitais) e funcionários
do setor administrativo. Delegados e peritos não devem
entrar em greve.
Segundo o presidente da Fenapef, Francisco Carlos Garisto,
a adesão chega a 100% em alguns Estados. "A paralisação
é de 100% no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina,
no Paraná e no Maranhão. Em delegacias do interior,
em cidades pequenas, também há 100% de adesão",
disse.
A Polícia Federal ainda não confirmou o número
de funcionários que aderiram ao movimento.
Segundo a PF, existem no país cerca de 1.430 escrivães,
5.157 agentes, 170 papiloscopistas, 1.194 delegados, 452 peritos
e 742 funcionários do setor administrativo.
Plantão
Com a paralisação, são mantidos apenas
os trabalhos do plantão e da guarda de presos. Segundo
Garisto, estão prejudicados os setores de emissão
de passaporte, operações especiais e investigações,
além da fiscalização de portos e aeroportos.
"Os passaportes são emitidos apenas em casos
urgentes, como problemas de saúde e questões
de trabalho. Para quem já tinha viagem agendada, caberá
a cada setor definir se fará ou não a emissão",
afirmou Garisto.
Salário
Os policiais reivindicam reajuste de 85%. A Federação
quer o pagamento de salário equivalente a escolaridade
de nível superior para as categorias em greve, com
base na lei 9.266 que tornou obrigatório o terceiro
grau para ingressar na PF. Assim, um agente e um delegado
ganhariam o mesmo.
O Ministério da Justiça alega que não
há base jurídica para o pleito, uma vez que
a lei, ao mesmo tempo que impõe a obrigatoriedade de
um curso superior, estabelece uma tabela específica
para os vencimentos.
O ministério diz ainda que agentes, peritos e escrivães
teriam o salário elevado de R$ 4.199 para R$ 7.788,
equiparando-se aos delegados, o que representaria um impacto
de cerca de R$ 600 milhões anuais na folha da União.
Já a Federação afirma que os agentes
nunca ganharão o mesmo que seus superiores por causa
da diferença de comissão. Os delegados ganham
30% por Indenização de Habilitação
de Policial Federal. O restante recebe 10%.
As informações são da Folha Online.
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