HOME | COLUNAS | SÓ SÃO PAULO | COMUNIDADE | CIDADÃO JORNALISTA | QUEM SOMOS
 
 

previdência
11/03/2004
Aposentados ficam sem proposta

O governo quer dividir com entidades sindicais, Legislativo e Judiciário a responsabilidade por medidas negativas que possam ser adotadas para viabilizar o pagamento da dívida de R$ 12,3 bilhões com os aposentados. Entre as medidas em estudo está a elevação da alíquota de uma das contribuições sociais.

Contrariando as expectativas, o ministro Amir Lando (Previdência) não anunciou ontem, na reunião com líderes de aposentados, deputados e juízes, a proposta de acordo para pagar a dívida.

"Houve a presença de todos os Poderes da República. Nós temos que compartilhar responsabilidades. Entendo que há uma disposição para encontrarmos os termos finais do acordo. O governo não fez uma proposta concreta porque o diálogo na democracia é a solução", disse após o encontro.

Na reunião, o secretário-executivo-adjunto do Ministério da Fazenda, Arno Augustin, disse que o governo não tem recursos no Orçamento para pagar a dívida, segundo relato de participantes.

Lando descartou, entretanto, o aumento de carga tributária como saída para o problema. "O governo quer evitar qualquer impacto na carga tributária. Queremos buscar uma solução dentro das possibilidades disponíveis. Não quero antecipar nenhuma fonte de receita", disse o ministro.

Apesar das declarações oficiais, a Folha apurou que o governo ainda estuda o aumento de alguma contribuição social -entre elas a Cofins e a contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento- para garantir parte do pagamento da dívida.

A hipótese de não haver aumento de alíquota de alguma contribuição existe no caso de os aposentados aceitarem o parcelamento da dívida em um prazo maior que os planos do governo.

A previsão do ministro é que na próxima semana o acordo possa ser fechado. Na reunião de ontem, várias entidades de aposentados apresentaram suas propostas.

O plano de pagamento da dívida apresentado pelo presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados e Pensionistas da Força Sindical, João Batista Inocentini, é praticamente igual ao cenário de pagamento traçado pelo governo.

Os aposentados com benefícios até R$ 500 ou que tenham mais de 70 anos receberiam os atrasados à vista. Já o reajuste para o 1,8 milhão de aposentados com direito à revisão seria imediato. Custos das medidas em 2004: R$ 6 bilhões.

 


JULIANNA SOFIA
da Folha de S.Paulo

   
 
 
 

NOTÍCIAS ANteriores
10/03/2004
Governo quer pagar neste ano só metade do que deve a aposentado
10/03/2004
Balanço aponta paralisação de 80% dos policiais federais do país
10/03/2004
Governo faz acordo e aprova MP do setor elétrico
10/03/2004
Acidente de trabalho custa R$ 20 bi por ano ao país
10/03/2004
Genoino: ‘O que foi feito não basta’
10/03/2004
Consumidor que gastar menos água vai ter desconto
10/03/2004
Lula decide manter política econômica até meio do ano
10/03/2004
Médicos querem que os planos de saúde aumentem valor da consulta
09/03/2004
Pochmann: índice de desemprego é catastrófico
09/03/2004
Pesquisa compara planos dos bancos para a casa própria