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pé no freio
12/01/2005
Dólar e juros esfriam expectativa para 2005

A desvalorização do dólar e a elevação da taxa básica de juros da economia refreou as expectativas para 2005 da indústria de máquinas e equipamentos e construção, os dois setores cuja movimentação mais indica o que ocorre com os investimentos.
No caso de máquinas e equipamentos, o crescimento nominal esperado (sem descontar a inflação) para o faturamento neste ano é de 5%. A inflação oficial esperada para o período é de 7,5%. O faturamento do setor em 2004 foi de R$ 45 milhões, 28,7% a mais do que o ano retrasado.

Já a construção civil espera um crescimento de todos os bens e serviços gerados pelo setor da ordem de 4,6% neste ano, ante um aumento de 6,8% estimado para 2004, segundo o Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil), que avalia seu desempenho por meio do cálculo de uma espécie de PIB (Produto Interno Bruto) da construção.

O resultado deve ser abaixo do de 2004, segundo a entidade, principalmente por causa das elevações na taxa básica de juros da economia, a Selic, a partir do último trimestre do ano passado.

"Para 2005 tudo caminharia para números bons, não fossem fatores adversos como o dólar, que vai prejudicar o crescimento do setor, a alta no preço do aço e a queda das cotações das commodities no mercado internacional", afirma o presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Newton de Mello.

Mercado interno
A percepção da indústria como um todo é que as vendas externas não devem seguir na toada do ano passado porque, além do movimento do câmbio, os preços internacionais estão em queda e a tendência é a de desaceleração da economia mundial.

Dessa forma, as luzes se voltam cada vez mais para o mercado interno. A reação do emprego e da renda deve possibilitar um ciclo virtuoso, incentivando mais produção e postos de trabalho.

"O mercado doméstico e a indústria serão os principais elementos de crescimento para o próximo ano, substituindo agricultura e exportações. É um movimento que já ocorreu em 2004", analisa Flávio Castelo Branco, economista da CNI (Confederação Nacional da Indústria).

A recuperação de vagas, diz, já é capaz de sustentar a demanda neste início de ano. "O crescimento do emprego não será tão forte quanto em 2004. Mas a trajetória de recuperação do consumo das famílias e do investimento vai continuar tendo um impacto positivo no mercado de trabalho."

O setor produtivo trabalha com um cenário de crescimento de 3,5% do PIB, na média, para 2005. A indústria deve crescer de 4% a 4,5% -o crescimento em 2004 foi de 7%. O saldo da balança comercial também deve recuar.

A expectativa da CNI é que o saldo neste ano seja positivo em US$ 28,5 bilhões. Em 2004, foi de US$ 33,7 bilhões, conforme o divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento na segunda-feira. Para o PIB, a CNI espera 3,7% de alta, em um cenário em que o câmbio termine o ano em R$ 3,15.

A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) trabalha com dois cenários. O primeiro -que presume redução dos gastos públicos e de juros- prevê crescimento do PIB de 4%. O segundo, mais pessimista, estima um crescimento de 3%.

"A manter-se a atitude conservadora do BC, o cenário mais provável é o negativo", diz Paulo Francini, diretor do departamento de economia da entidade.

Para Claudio Vaz, presidente do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), a indústria deve crescer de 4% a 4,5% em 2005, ante 7% em 2004 ante o ano anterior. "Justo em um momento em que o mercado interno começa a perder gás, por conta da alta nos juros, vai haver uma entrada de produtos importados com as quais as empresas vão ter dificuldade de competir", afirma.

MAELI PRADO
da Folha de S. Paulo

   
 
 
 

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