Dos cerca
de 254 mil professores de ensino superior hoje no Brasil,
apenas 21% têm doutorado e 35%, mestrado. Para o presidente
da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (Capes), João Almeida
Guimarães, os números colocam o País
diante do desafio de expandir o sistema de pós-graduação
para alavancar o desenvolvimento sócio-econômico.
Após apresentar o novo Plano Nacional de Pós-Graduação
ao ministro da Educação, Tarso Genro, Guimarães
destacou que uma das metas é formar cerca de 16 mil
novos doutores em 2010, o que representa o dobro do que as
universidades brasileiras formaram em 2003. "A pós-graduação
produziu 8.094 doutores em 2003, enquanto os países
concorrentes já vêm produzindo quase o dobro
para alavancar o desenvolvimento", salientou.
Orientado pela Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior (Capes), o plano traz
ações e metas para os próximos cinco
anos. O objetivo é que em 2010 os recursos investidos
em bolsas e custeio das teses dos pesquisadores tenham um
acréscimo de R$ 528 milhões. Segundo Guimarães,
em 2004, a Capes e o Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq) investiram cerca
de R$ 800 milhões em bolsas e custeio.
Em entrevista coletiva, o ministro Tarso Genro destacou que
um dos objetivos do plano é investir na formação
de profissionais para incentivar o desenvolvimento industrial
do país. "O Brasil é um país que
hoje tem política industrial. O Plano de Pós-Graduação
não poderia deixar de estar intimamente ligado a essa
política", acrescentou Genro.
O ministro também afirmou que as propostas contidas
no plano serão "acolhidas integralmente".
"Os parâmetros que estamos utilizando para o crescimento
da pós-graduação, portanto, do mestrado
e do doutorado, são parâmetros que estão
referidos àqueles países que tanto são
nossos concorrentes como nossos irmãos nas relações
internacionais e nem poderia ser de outra forma já
que o Brasil tem uma política internacional ofensiva
e obviamente a questão científico-tecnológica,
a questão do conhecimento, logo a questão da
pós-graduação, tem uma importância
estratégica", acrescentou.
Atualmente, há no Brasil 110 mil alunos de mestrado
e doutorado. O plano visa aumentar o número de pós-graduandos
para a qualificação do sistema de ensino superior
do país, além do setor empresarial e do sistema
de ciência e tecnologia. De acordo com o presidente
da Capes, do total de formados em 2003, apenas 13% concluíram
cursos nas áreas de engenharia e de computação.
"Se a política industrial vai requerer recursos
humanos qualificados para o seu desenvolvimento, obviamente,
vai precisar de pessoal com essa qualificação
nessas áreas cobertas pela política industrial
tecnológica e de comércio exterior", observou
Guimarães.
O presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos
Luciano Resende Moreira afirma que o Plano Nacional de Pós-Graduação
(PNPG) 2005/2010 apresentado hoje preenche uma lacuna existente
no ensino superior brasileiro. Ele lembra que a última
das três edições do PNPG foi elaborada
para o período de 1986 a 1989.
"De lá para cá não houve nenhum
outro PNPG. Durante os dois governos Fernando Henrique Cardoso
houve uma discussão embrionária que não
teve conclusão. E esse é um documento importante
porque, por meio de uma discussão mais ampla entre
as agências e a comunidade acadêmica, permite
traçar os rumos da pós-graduação
brasileira", destacou Moreira, um dos integrantes da
comissão que elaborou o plano.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior (Capes) orientou os trabalhos da
comissão, que também contou com outros representantes
da comunidade acadêmica e do Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq), do Fórum
Nacional de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação
das Instituições Brasileiras (Foprop) e da Financiadora
de Estudos e Projetos (Finep).
As informações são
do site Terra.
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